8 DE JANEIRO DE 2015
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É por isso que termino, dizendo que espero ainda que o Partido Comunista explique aos seus eleitores por
que razão não quis subscrever e associar-se à primeira iniciativa de impugnação do Orçamento do Estado
para 2012, subscrevendo o requerimento dirigido ao Tribunal Constitucional, como lhe foi proposto.
Aplausos do PS.
Protestos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Rui Barreto.
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Começo por falar-vos da palavra
esperança, dizendo-vos que 2015 será o ano no qual ela será repetida por todos, e em todos os fóruns — no
Continente, neste ato eleitoral que se avizinha, mas também no círculo onde fui eleito e que represento, a
Madeira.
As palavras existem para serem utilizadas e, felizmente, não se gastam, mas ganham ou perdem força
conforme a legitimidade de quem as utiliza.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Falemos, então, Sr.ª Presidente e Srs. Deputados, sobre a legitimidade da
utilização da palavra esperança, mas façamo-lo com dados concretos, porque é do concreto que devemos
partir e não de territórios imaginados.
Vamos, em primeiro lugar, aos atos do Governo e, sobretudo, aos resultados que foram atingidos.
Onde estávamos em finais de 2013, início de 2014? Em dezembro de 2013, segundo os dados do INE, a
taxa de desemprego situava-se em 15,4%; em 2014, situa-se em 13,9%. É a situação ideal? Não, não é, mas
representa um esforço continuado, por parte de quem governa, para combater, de forma concreta, aquele que
é, reconhecidamente, um enorme flagelo social.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Rui Barreto (CDS-PP): — Representa o esforço que vem sendo feito pelo Governo e por todos os
portugueses e que, paulatinamente, vem dando resultados. Esforço, que visa dar à economia portuguesa
condições para crescer sustentadamente e para, sustentadamente, criar mais e melhor emprego.
Esse esforço legitima a utilização da palavra esperança.
Mas, Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, vamos a outros dados.
No mesmo período, o saldo primário público foi negativo em 929 milhões de euros.
Pois bem, Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, entre janeiro e outubro de 2014, pese embora todas as
previsões negativas feitas pelos habituais profetas da desgraça, por aqueles que, muitas vezes, preferem
destruir a construir, preferem dividir a unir, o saldo primário público atingiu valores positivos, mais
concretamente de 1168 milhões de euros positivos.
Pergunto: é a situação ideal? Não, não é, mas, mais uma vez, representa um esforço de consolidação e de
melhoria efetiva das contas públicas, esforço esse que é do Governo, mas que é também dos portugueses e
vem produzindo resultados, legitimando, assim, a utilização da palavra esperança.
Aplausos do CDS-PP.
Mas vamos a outros dados.
Em 2013, registou-se um decréscimo do PIB, que recuou 1,4%.
Que sucedeu entre janeiro e outubro de 2014? Registou-se um crescimento de 1,1% — dados referentes
ao terceiro trimestre de 2014 —, face ao período homólogo de 2013.