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8 DE JANEIRO DE 2015

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O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Queria, em nome do Grupo

Parlamentar do Partido Comunista Português, expressar a nossa mais viva condenação ao atentado terrorista

que ocorreu esta manhã em Paris e, de resto, expressar a nossa mais viva condenação a todas as formas de

terrorismo, enviando, obviamente, às famílias das vítimas e a todo o povo francês, em particular aos

profissionais da comunicação social, as nossas condolências e uma palavra de solidariedade.

Queria, ainda, deixar uma expressão de preocupação relativamente ao que estará na origem deste

atentado, deste ato verdadeiramente bárbaro, ocorrido hoje de manhã em Paris e expressar a nossa

preocupação de que o firme combate que deve ser travado contra o terrorismo não venha, ele próprio, a ser

pretexto para o aprofundamento de novos conflitos, de novas expressões de violência e, eventualmente, o

lastro para o recrudescimento do próprio terrorismo e da violência. Ou seja, que o firme combate, que deve ser

travado, ao terrorismo, a todas as formas de terrorismo, permita isso mesmo: combater o terrorismo e não criar

novos focos de violência, de conflito, que a ele conduzem.

Aplausos gerais.

A Sr.ª Presidente: — Pelo PS, tem agora a palavra o Sr. Deputado Ferro Rodrigues.

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do

Partido Socialista queria também manifestar o nosso choque, a nossa indignação e a nossa preocupação com

o ato bárbaro, o ato terrorista que esta manhã ofendeu Paris, a França, toda a União Europeia e todo o mundo

civilizado.

Foi, realmente, qualquer coisa impossível de ser explicada à luz de qualquer doutrina; foi qualquer coisa de

uma gravidade enorme, que põe não apenas em causa a liberdade de imprensa, mas também as raízes da

democracia não só em França mas também na Europa e que pode ter consequências muito graves nos plano

político e social.

É preciso que, perante estes ataques à democracia e à liberdade de expressão e de informação, haja uma

capacidade cada vez maior de unidade dos povos contra o terrorismo e contra estas formas bárbaras de

intervir na vida das nossas sociedades e, sobretudo, que ninguém faça, nem na Europa, nem em França, nem

em qualquer outro país, o jogo dos terroristas, que é o jogo de pôr em causa os nossos sistemas

democráticos, de pôr em causa a liberdade de informação, de pôr em causa tudo aquilo que foram grandes

conquistas civilizacionais ao longo das últimas décadas e dos últimos séculos.

Por isso, queria terminar, dizendo que vi há pouco aqui no computador uma palavra de ordem, que me

parece ser a mais ajustada. É que, agora e a partir de agora, «Todos somos Charlie Hebdo». O Charlie Hebdo

tem uma tradição enorme em França, desde os movimentos de 1968: foi sempre um órgão que não se deixou

manietar por nenhuma espécie de censura, oficial ou não oficial. Aquilo que hoje se passou é de uma enorme

gravidade e nós queremos enviar a nossa solidariedade total à França, aos jornalistas e aos familiares de

todos aqueles que morreram tristemente, nesta manhã, em Paris.

Aplausos gerais.

A Sr.ª Presidente: — Pelo CDS-PP, tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: O que, creio, deve ser

sublinhado, em primeiro lugar, é que este atentado com que fomos todos hoje confrontados foi obviamente de

um ato perpetrado por radicais, por extremistas, e que, só por aí, mereceria a nossa condenação.

Por outro lado, como aqui foi dito, e bem, este é um atentado que ocorre no coração da Europa de que

fazemos parte, num país amigo, um país ao qual nos unem profundíssimos laços de amizade, como é a

França, e que, como também aqui foi dito, é talvez, de entre os países europeus, aquele que tem uma mais

forte e mais antiga tradição de liberdade de imprensa de sinais diferentes — de imprensa, até em alguns

casos, humorística, como é o caso do Charlie Hebdo ou de outros —, mas uma tradição profundíssima de

liberdade de imprensa, de liberdade cultural e de liberdade de expressão.