I SÉRIE — NÚMERO 38
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Efetivamente, quanto ao histórico, muito e praticamente tudo já foi dito: primeira fase já concluída; protocolo
cumprido pela Câmara Municipal de Lisboa; a escola em funcionamento, mas com um grave problema, no que
diz respeito à segunda fase, como foi referido; precariedade no acesso ao refeitório; ausência de biblioteca, de
auditório e de condições efetivas para tornar uma escola naquilo que é uma escola: um local não onde se
depositam crianças, mas onde se consegue, efetivamente, ministrar um ensino de qualidade. E faltam, neste
momento, não só salas de aulas, como, precisamente, estes equipamentos complementares.
De facto, aquilo que hoje é aqui discutido é concretizar, de uma vez por todas, o que já é óbvio, que já é
evidente, e que, acima de tudo, já está orçamentado.
O que é estranho na dificuldade de concretização, de uma vez por todas, deste projeto é que, desde 2013,
no Orçamento do Estado, encontramos, reiteradamente, a verba para a construção da escola: em 2013 assim
foi; em 2014 assim foi; em 2015 assim continua a ser!
Ora, parece que há uma questão misteriosa, uma questão do foro jurídico, não esclarecida, que não se
consegue concretizar para além disto, mas que, na realidade — foi pelo menos a indicação que nos foi dada
quando a questão aqui foi discutida, em sede de comissão, e o que foi dito também em sede de assembleia
municipal, onde, por unanimidade, todas as forças políticas apelaram ao lançamento do concurso —, é o facto
de haver dúvidas interpretativas quanto à propriedade, quanto à titularidade predial de alguns terrenos.
O Sr. David Costa (PCP): — Não querem é fazer a escola! É um escape!
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Ora, num País que dispõe de registo predial há dois séculos e em
que, efetivamente, estamos a falar de terrenos cedidos no quadro de entidades públicas, que os
disponibilizaram para a construção, não se consegue continuar a perceber como é que demora a resolução,
apenas, de um aspeto que é, à partida, o ponto de partida para a construção da escola.
Portanto, obviamente há uma questão que tem de ser esclarecida, mas parece-nos que já passou tempo
demais, e tem sido este o consenso, quer entre a comunidade escolar, quer na assembleia municipal onde ele
foi discutido, quer aqui, hoje, penso eu, por todas as forças políticas que apelam a que se arranque com a
empreitada, depois do concurso…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que, para que se arranque com o
procedimento concursal, o importante é pôr a tónica nisto mesmo, não é dizer que há uma questão do foro
jurídico por esclarecer, como se ela fosse inultrapassável — que não é!
Acompanharemos, obviamente, os projetos de resolução que pedem a abertura do procedimento concursal
para que se construa a escola de uma vez, para que se conclua a segunda fase e para que haja, finalmente,
condições para os alunos do Parque das Nações…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — … mais do que, eventualmente, lançar para uma questão que é
lateral, e que, nesta fase, há muito devia estar ultrapassada. As crianças do Parque das Nações merecem e
precisam, com urgência, de uma resposta por parte do Governo.
Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João
Gonçalves Pereira.
O Sr. João Gonçalves Pereira (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quero começar,
evidentemente, por saudar e cumprimentar os peticionários e a associação de pais do Parque das Nações.