16 DE JANEIRO DE 2015
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Por tudo isto, o PCP propõe que se proceda imediatamente à abertura de concurso público para a
construção da segunda fase da Escola Básica do Parque das Nações, com a calendarização da execução da
totalidade da obra.
O PCP propõe ainda que, em articulação com a comunidade educativa, seja assegurada a melhor resposta
pública até ao fim das obras e a contratação efetiva dos funcionários, docentes e técnicos necessários ao
funcionamento em pleno da Escola Básica do Parque das Nações no ano letivo 2015/2016.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para apresentar o projeto de resolução do Bloco de Esquerda, tem
a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por cumprimentar os
peticionários e a comunidade escolar do Parque das Nações e da zona oriental de Lisboa, que têm lutado
insistentemente para que lhes seja devolvido aquilo que foi prometido, que é uma escola para as suas
crianças.
Sabemos que, depois da Expo’98, a zona oriental, que inclui o Parque das Nações, sofreu um profundo
processo de requalificação urbana e de repovoamento. Em larga medida, este repovoamento acontece,
porque havia uma promessa de serviços públicos que serviam estes casais, estas famílias, estes jovens que
se mudaram para a zona. Entre estas promessas estava uma escola, que é a Escola do Parque das Nações, a
qual foi concebida e prometida para dar resposta às necessidades daquela população, daquelas famílias,
daquelas crianças: salas de pré-escolar, salas para os três ciclos de ensino, acrescidas do que é normal para
um mínimo de condições pedagógicas, ou seja, um auditório, uma biblioteca, um refeitório e espaços de
recreio.
Apesar do prometido, a Escola não dá resposta às necessidades da população e das crianças. A primeira
fase foi concluída, a segunda fase nunca viu a luz do dia, foi planeada, teve cabimentação orçamental, foi
prometida várias vezes, mas não existe, e as consequências estão à vista: a escola tinha, até há pouco tempo
— no último ano letivo —, 14 turmas, mas não tem salas de apoio, não tem uma biblioteca, não tem um
auditório; quando chove, as crianças não têm onde brincar, porque não há um pátio decente, coberto, para
esse efeito — nós visitámos a Escola e vimos estas condições; para poder acolher novas turmas de 1.º ciclo,
foi necessário improvisar um refeitório no último andar, com a ajuda da Câmara e a própria boa vontade dos
pais e da direção desta escola; as crianças do pré-escolar comem nas salas onde brincam e têm atividades
durante todo o dia; enfim, é uma escola sem condições para acolher estas crianças. Mais: não há como
garantir que, acabado o 4.º ano, estas crianças têm continuidade na Escola. Aliás, a Escola que seria a
alternativa, que é a Escola Vasco da Gama, está a rebentar pelas costuras. Portanto, não há qualquer
estabilidade para estas crianças, não há qualquer estabilidade para estes pais.
Não percebemos como é que, quatro anos depois…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, não percebemos como é que, quatro anos depois, a Escola está por acabar.
O PSD e o CDS apresentam-nos agora um projeto de resolução que fala em matérias do foro jurídico não
esclarecidas. O que é que há para esclarecer em quatro anos? Por que é que não explicam, de uma vez, o
que se passa e não concluem a Escola?!
Numa altura em que o Governo se diz tão preocupado com a natalidade, recomendamos aqui o mínimo:
que dê condições às crianças e às famílias que já existem, que não as têm e que estão a lutar, e bem, pelo
mais básico, que é uma escola para as suas crianças.
Aplausos do BE.