I SÉRIE — NÚMERO 39
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tenham sido estabelecidos, nomeadamente com os sindicatos, terão de ser respeitados por aqueles que forem
os potenciais compradores da TAP.
A Sr.ª Deputada sabe que, sempre que existem convenções, há regras gerais de direito que se aplicam a
essas matérias, portanto não sei o que é que a Sr.ª Deputada sugere em matéria de discriminação.
O Sr. Ministro fez uma referência ontem que foi interpretada dessa maneira e ele próprio me pediu para,
neste debate, deixar muito claro que não há nenhuma discriminação, Sr.ª Deputada. Isso já foi dito por mim no
início deste debate.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Já está a «tirar o tapete» ao Ministro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Assegurámos que, qualquer que fosse o comprador da TAP, não deixasse de
respeitar os convénios, os acordos de empresa que estão em vigor, evidentemente, até à publicação do
caderno de encargos
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Ah, pois!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não poderia ser de outra maneira. É isso que a Sr.ª Deputada poderá
constatar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, na conclusão do debate, e sendo este o primeiro debate de 2015, não queria deixar de
dirigir, por intermédio da Sr.ª Presidente, a todas as Sr.as
Deputadas e a todos os Srs. Deputados os meus
votos de trabalhos muito profícuos naquele que é o último ano desta Legislatura.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem, de novo, a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins, que ainda dispõe de
tempo.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Estado nomeia os
administradores. Logo, dizer que não tem nada a ver com o que os administradores depois fazem na
assembleia geral de acionistas é uma «história da carochinha».
Em relação à TAP, o Sr. Primeiro-Ministro fala-nos do Chipre, mas não fala, por exemplo, da Dinamarca e
da Suécia, que fazem investimento público na sua companhia aérea pública — e ainda bem que o fazem!
Sobre os trabalhadores, registo que «tirou o tapete» ao Sr. Ministro e ao Sr. Secretário de Estado. Ainda
bem que o desdisse, mas ficamos a aguardar o caderno de encargos.
Sr. Primeiro-Ministro, o debate acabou, desejou-nos bom ano, mas confesso que estava à espera que se
referisse hoje a dois outros assuntos de que não falou.
Bem sei que as desculpas foram o ingrediente da época passada, mas hoje estava à espera de desculpas
sobre o que se passa na segurança social e sobre o que se passa na saúde.
Na segurança social, está anunciado um despedimento coletivo que era de 697 trabalhadores e que depois
passou para 636 — seis horas de audição e ninguém foi capaz de explicar exatamente porquê e como.
A maioria quis esconder os trabalhadores da segurança social, mas o Bloco de Esquerda trouxe-os ao
Parlamento, e aquilo que sabemos é que os trabalhadores têm funções, têm sido avaliados como técnicos
superiores pelas suas funções, e são tão necessários que o Governo até anda a tentar substituí-los, o que
prova que eles têm mesmo funções e que precisamos deles.
Portanto, esta trapalhada, que atenta contra o Estado social e contra as obrigações do Estado, precisava
que o Sr. Primeiro-Ministro viesse dizer: «Recuamos. O Sr. Ministro Mota Soares não sabe o que faz e peço
desculpa.» Essa era a única coisa que devia fazer.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.