29 DE JANEIRO DE 2015
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Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Guilherme Silva.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Vieira da Silva, inscreveram-se quatro Deputados para lhe pedirem
esclarecimentos.
Em primeiro lugar, tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes Soares.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Vieira da Silva, ouvimos com atenção a
declaração política que proferiu da tribuna e, com fraqueza, queria dizer-lhe que a minha bancada esperava
ficar esclarecida de forma mais clara sobre aquela que é a posição do Partido Socialista sobre questões
absolutamente relevantes, sobre aquilo que temos que definir para futuro em Portugal, mas também sobre as
questões da Europa. E se sobre as questões da Europa o Sr. Deputado Vieira da Silva falou profusamente,
relativamente a Portugal pouco ou nada disse.
Sr. Deputado Vieira da Silva, queria dizer-lhe que, no domingo passado, aquando das reações do Dr.
António Costa às eleições gregas, dei por mim a pensar se tínhamos a anterior liderança do Partido Socialista,
do Dr. António José Seguro, com François Hollande e agora a liderança do Dr. António Costa com o partido
grego Syriza.
Isto porque, ao longo dos últimos tempos, ouvimos vários protagonistas do Partido Socialista
pronunciarem-se sobre a questão da dívida pública portuguesa, mas aquilo que extraímos dessas declarações
é que ainda não tinham posição consolidada, que era preciso estudar. Ora, depois de ouvir o Dr. António
Costa, fiquei com a esperança de que, de uma vez por todas — foi isso que ele induziu —, aquilo que o
Partido Socialista defendia relativamente à dívida pública portuguesa era precisamente aquilo que estava
plasmado no programa eleitoral do Syriza.
E disse o Dr. Vieira da Silva que nós estivemos do lado errado da História.
O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Estiveram e estão!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Deputado, o que os portugueses que nos ouvem devem estar a
perguntar é se do lado certo da História estariam aqueles que governaram o País e que o levaram à pré-
bancarrota. Será que os que estavam do lado certo da História eram os protagonistas que aumentaram
exponencialmente o défice público, a dívida pública, que aumentaram o desemprego e que levaram Portugal a
ter de pedir ajuda externa?
O Sr. Deputado Vieira da Silva quer juntar a sua voz a uma narrativa da esquerda radical, tentando dizer
que Portugal e a Grécia têm muito em comum, que aquilo que andamos a dizer de que Portugal não é a
Grécia não é bem verdade, que temos os mesmos problemas, que a situação é idêntica.
Sr. Deputado, desde logo não é, porque, felizmente, se olharmos para as sondagens, o Bloco de Esquerda
— o Syriza português — continua a perder eleitorado, inclusive, face àquele que já foi o péssimo resultado que
tiveram nas últimas eleições legislativas.
Por outro lado, pensei que o Sr. Deputado ia dizer que somos tão parecidos que o Partido Socialista…
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Terminarei, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, pensei que o Sr. Deputado ia dizer que somos tão parecidos que o Partido Socialista
estava muito perto daquelas que são as posições políticas do Pasok socialista, que teve o resultado que teve e
que, como sabe, estava na coligação governamental.
Mas, Sr. Presidente, para terminar, o défice orçamental na Grécia é de 12,2%, o défice orçamental em
Portugal é de menos 4,4%; o desemprego na Grécia é de 25,80%, o desemprego em Portugal era de 13,30%,
em novembro de 2014; a dívida pública na Grécia é de 176%, a dívida pública em Portugal é de 131%.
Protestos do PS.