30 DE JANEIRO DE 2015
7
O que o Sr. Deputado Hugo Velosa veio aqui dizer é «esta é uma proposta nossa, é uma proposta que
assumimos, mas não agora, há de ser um dia mais tarde, na próxima Assembleia Legislativa.» E faz aqui um
voto de fé, dizendo que há de ser o PSD a apresentá-la.
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Como é que sabe?
O Sr. António Filipe (PCP):— Sr. Deputado, não sabemos se há de ser o PSD. O povo da Madeira é que
dirá qual vai ser a composição da próxima Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira.
Manifestamente, o que não faz sentido é agendarmos estas iniciativas legislativas agora para as fazer
baixar à comissão, sem votação, ou seja, para nunca serem votadas.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A Mesa registou um pedido de interpelação à Mesa do Sr. Deputado Luís
Montenegro.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, o pedido de interpelação à Mesa é sobre a condução
dos trabalhos.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, gostaria de deixar claro que não vou discutir o
posicionamento político dos grupos parlamentares sobre esta matéria, mas os Deputados que já intervieram,
nomeadamente o último, o Sr. Deputado António Filipe, disse de forma reiterada que se tratava de uma
situação insólita estarmos a proceder a esta discussão e vislumbrar-se que não vai haver uma decisão do
Parlamento.
Ora, queria informar a Câmara e todos aqueles que seguem este debate que só estamos a ter esta
discussão porque o Partido Comunista Português inviabilizou o desagendamento desta matéria em função da
decisão do Sr. Presidente da República de dissolução do Parlamento Regional e da convocação de eleições
para próximo dia 29 de março.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora! É verdade!
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Gostaria, então, que ficasse muito claro que estávamos disponíveis para
remeter esta discussão para um momento posterior à realização das eleições. E por uma razão óbvia, que não
tem a ver com a substância da matéria, mas com a circunstância de estar aqui em causa a vontade política de
uma Assembleia Legislativa regional que não sabemos se no pós-eleições vai ou não vai ser confirmada.
Aliás, Sr. Deputado António Filipe, se, por absurdo — de facto, seria uma absurdo político e eleitoral —, o
Partido Comunista Português vencesse as eleições legislativas regionais, não iria aprovar na Assembleia
Legislativa uma proposta destas, porque, como o Sr. Deputado aqui disse, e bem, confirmando aquilo que já
sabíamos, o Partido Comunista está contra esta proposta.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Em conclusão, Sr.ª Presidente, que fique claro que cada partido dirá o
que entende sobre a substância desta proposta. Do ponto de vista político e democrático, entendemos que é
útil aguardar a pronúncia do povo madeirense e, posteriormente, a pronúncia da Assembleia representativa da
vontade popular do povo madeirense que se vai expressar quando ela for de novo empossada.
Aplausos do PSD.