13 DE FEVEREIRO DE 2015
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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Por amor de Deus! Há que ter pudor e um mínimo de vergonha!
Sabe qual é a diferença, Sr.ª Deputada Isabel Santos? É que, no tempo do Partido Socialista, as pessoas
que iam para a mobilidade especial dividiam-se em duas categorias: uma minoria, que eram os amigos que
iam para a mobilidade especial ganhar e ter outro emprego; e uma grande maioria, que era ostracizada,
mandada para a «prateleira», esquecida, e a quem não era dada sequer a oportunidade de se requalificar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Com esta lei, estamos a dar às pessoas uma efetiva oportunidade para se requalificarem, para adquirirem
novas competências e para serem reintegradas noutros serviços do Estado.
Srs. Deputados, este gráfico que vos mostro — se quiserem, peço para ser distribuído — é um exemplo
elucidativo disso: a transição das pessoas entre irem para a requalificação e para a mobilidade no ministério e
serem posteriormente recolocadas noutros ministérios, noutros serviços do Estado. Não foi uma única pessoa
para a rua, não foi uma única despedida, foram todas requalificadas.
Gostaria de dizer mais: o outro grande argumento usado indiferenciadamente por toda a esquerda é o de
que esta situação está a provocar o caos e a rutura nos serviços, nomeadamente com o que se está a passar
agora na segurança social e com a falta de quadros que lá há. Gostaria de dar conta de alguns números:
subsídio de doença — o tempo médio de deferimento baixou, com este Governo, de 6 para 2 dias; subsídio de
desemprego — o tempo médio de deferimento baixou de 8 para 5 dias; subsídio social de desemprego: o
tempo médio de deferimento baixou de 29 para 9 dias;…
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Não nos esteja a enganar, Sr. Deputado!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Tenha calma, Sr.ª Deputada Carla Cruz!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — …abono de família — o tempo médio de deferimento baixou de 32 para 20
dias; efetividade — subiu de 62% dos pedidos processados para 83%.
Estes são só alguns exemplos.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — E são os suficientes, Sr. Deputado. Vai ter de concluir.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Irei concluir, Sr.ª Presidente.
Não só este processo de requalificação é muito mais respeitador da dignidade dos trabalhadores da
Administração Pública como não está a causar nenhum problema à eficácia dos serviços, bem pelo contrário.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge
Paulo Oliveira.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, Srs. Deputados do Partido
Socialista, tenham calma. O debate ainda não terminou e ainda há mais algumas coisas a dizer.
Com alguma calma, Sr.ª Deputada Isabel Santos, deixe-me dizer o seguinte: fiz a acusação de que o
anterior regime de mobilidade especial visava, assumidamente, encaminhar os trabalhadores para o setor
privado e a sua bancada ficou numa grande agitação. Deixe-me, então, lembrar-lhe as palavras do Sr. Ministro
de Estado e das Finanças Dr. Teixeira dos Santos, proferidas em 21 de julho de 2006. Passo a ler o que disse
então o Sr. Ministro: «A mobilidade especial é um processo que abre aos funcionários públicos caminhos a um
futuro profissional que pode assentar no empreendedorismo ou no mercado de trabalho privado».
Protestos do PSe do PCP.
Tenham calma, Srs. Deputados.