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14 DE FEVEREIRO DE 2015

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descentralização, o problema do Partido Socialista é não querer que seja este Governo a fazer a

descentralização.

O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Muito bem!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — O problema deste processo é a «cor»! Não digo que é o cheiro, o

detalhe, mais assim ou mais assado.

Protestos do PS.

O Partido Socialista não faz nem deixa fazer! Aliás, começo a pensar que o Partido Socialista já não é o

PS, é o PC, é o partido centralista.

O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Muito bem!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Foi assim que fizeram com o QREN, é isso que parece que querem

voltar a fazer e é isso que os irrita.

Na verdade, o que acontece é que ficamos convencidos, pelo lado do Partido Comunista Português, de

que, de facto, as câmaras municipais são terríveis empresas privadas porque isto é um processo de

privatização. As câmaras não são privadas, meus senhores! Não se confundam!

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Não diga asneiras!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Quanto ao «bicho papão» que o Bloco de Esquerda também aqui

abre com a história dos professores, pergunto: e nas AEC quem escolhe os professores e quem os contrata?

O Sr. LuísFazenda (BE): — Olha que bom exemplo!

O Sr. DuarteFilipeMarques (PSD): — Isso, de facto, diz muito da abordagem que fazem desta matéria!

Portanto, este é um processo que foi negociado com as autarquias? Sim. Que é flexível? Sim. Que é

ajustado a cada concelho? Sim. Que dá mais autonomia às escolas na gestão dos seus currículos? Sim. É

este processo que, sobretudo, dá mais poder às escolas, dá mais autonomia às escolas.

Protestos do PS.

Este processo é uma oportunidade para o interior, tantas vezes esquecido, é uma forma de dar um voto de

confiança às autarquias, é uma forma de garantir o respeito pelo poder local, pelos diretores das escolas, é,

sobretudo, uma descentralização sustentável.

O Sr. Pedro do Ó Ramos (PSD): — Muito bem!

O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — Mas também há um aspeto importante: são projetos-piloto. Não

obriga todos a fazer aquilo que não querem, mas é uma forma de todos poderem experimentar para poder ser

avaliada e, depois, podermos implementar ou não ao resto do País. Não é um caminho sem retorno, não é um

caminho forçado, para todos.

Sr. Ministro, deixo-lhe uma pergunta muito concreta para acabar com o «bicho papão» da contratação dos

professores: são as câmaras que vão escolher o professor de Português, o professor de Filosofia, o professor

de Matemática, o professor de Ciências, o professor de Biologia, o professor de História?! E são as câmaras

que vão escolher os currículos dessas áreas? É bom esclarecer já para acabar com o «bicho papão».

O Partido Socialista quer fazer esta reforma? Quer! Não quer é que os outros a façam primeiro. Esqueçam

as eleições!