I SÉRIE — NÚMERO 51
24
Mas, aquilo que lhe posso dizer é que, nos últimos anos, nomeadamente no ano de 2014, um dos setores
mais dinâmicos a criar emprego — tem muito a ver, seguramente, com o turismo — foi a área da restauração,
nomeadamente nos centros mais virados para o turismo.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ora!…
O Sr. Ministro da Economia: — Há uma criação líquida positiva e não uma destruição de emprego,
porque, fundamentalmente, estes setores dependem muito da atividade económica e, nomeadamente, do
desenvolvimento do turismo, que, como sabem, tem tido uma evolução excecional.
Também queria dizer à Sr.a Deputada Mariana Mortágua — e não vou criticá-la pelo facto de, neste
momento, não estar sentada —…
Risos.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Era o que faltava!…
Vozes do BE: — Também está de pé!
O Sr. Ministro da Economia: — Eu também não estou sentado, estou em pé para poder responder à Sr.a
Deputada.
Risos.
Mas também lhe queria dizer que o saldo comercial, em 2008/2009, foi negativo em 14 000 milhões de
euros e era composto, independentemente dos gráficos que a Sr.a Deputada apresenta e que não se
conseguem perceber aqui, na bancada do Governo…
Vozes do BE: — Ah!…
O Sr. Ministro da Economia: — Repare: o valor das exportações era de 57 000 milhões de euros, o das
importações era de cerca de 70 000 milhões de euros; tivemos um défice comercial de 14, 15, 16 000 milhões
de euros naqueles anos. Agora, as importações mantêm-se nos 70 000 milhões de euros; as exportações
cresceram para mais de 70 000 milhões de euros. Mas a Sr.a Deputada Mariana Mortágua, consegue o
milagre — é verdadeiramente um milagre, esse, sim, económico — de apresentar um gráfico que dá as
importações a descerem e as exportações a descerem ainda mais! Foi isso que percebi dos seus gráficos.
Ó Sr.a Deputada, se os seus gráficos tivessem alguma aderência à realidade, pelo menos neste caso —
não tive tempo de verificar os outros —, o que demonstravam era o seguinte: uma estagnação das
importações nos últimos quatro anos, com momentos em que desceram e em que depois subiram, e um
crescimento das exportações de quase 30%. Era isso que o seu gráfico devia mostrar aos portugueses e não
essas curvas cobertas de pessimismo, que não têm, neste caso específico — posso garantir-lho, porque tenho
aqui os números à minha frente —, nada a ver com a realidade!
Também lhe queria dizer que, como é conhecido, o Governo tem apostado, nomeadamente nesta segunda
fase do ciclo da Legislatura, numa estratégia económica assente em três motores: o motor do consumo
privado, que é um motor importante e que, felizmente, começou a evoluir bem em 2013, no segundo semestre;
em 2014, muito consequência — e isto a Sr.a Deputada não pode negar, porque são dados do INE — de
termos atingido um nível de confiança nos consumidores que está no seu melhor ponto desde maio de 2002; e
um indicador de confiança dos agentes económicos, que é positivo desde junho de 2014 e que está nos seus
pontos máximos, nos últimos quatro meses, desde maio de 2008.
A confiança é um elemento fundamental do funcionamento de qualquer economia! É essa confiança que
temos procurado alimentar, estando ao lado das empresas, apoiando as empresas, sendo parceiro das
empresas. E, se me permite, creio que a oposição não tem ajudado, com estes discursos fatalistas, que, ainda
por cima, estão distorcidos relativamente à realidade.