I SÉRIE — NÚMERO 51
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Aliás, poderia falar de notícias de hoje que dão conta de que a
economia recuperou em janeiro pelo segundo mês executivo. Poderia dizer, por exemplo, que, em 2014,
houve mais empresas, em Portugal, a nascer do que a encerrar — é um dado que o Sr. Deputado João
Galamba conhece. Poderia fazer essa demagogia, mas não vou fazer. Tudo isto é positivo, é bom, mas
queremos mais. Também poderia dizer que, entre 1999 e 2014, a economia portuguesa só registou saldos
externos trimestrais positivos em 2012. Consegue desmentir?
O Sr. João Galamba (PS): — E porque será?
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Portugal registou o excedente externo mais elevado em 15 anos — 3,8!
Sr. Deputado João Galamba, diria que é mérito das empresas, mérito dos trabalhadores, mérito das
reformas. E não houve nenhum contributo do Partido Socialista para esse esforço!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Terminou o seu tempo, Sr. Deputado Hélder Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Sr. Deputado João Galamba, fiz esta intervenção fugindo de lhe dar dados do turismo. Mas posso pedir
para ser distribuído um documento e, depois, gostaria de ver se o Sr. Deputado consegue desmentir que
estamos perante os melhores anos de sempre do turismo, com um crescimento de dormidas do RevPar
(revenue per available room) e do gasto por cada turista em todas as regiões do País. Perguntará: «De quem
é a culpa?». Respondo, dizendo, mais uma vez, que é das empresas, dos trabalhadores, mas também do
Governo, que conseguiu ser um parceiro fiável do setor e não criar taxas e taxinhas que dificultam o setor, os
empresários e os trabalhadores.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O Sr.
Ministro da Economia disse que o Estado se apresenta como um parceiro do setor privado e falou das
preocupações que diz ter em matéria de financiamento e de investimento, mas as opções políticas do Governo
demonstram que é parceiro, sim, mas dos grandes grupos económicos e financeiros. Não é parceiro dos micro
e pequenos empresários e muito menos dos trabalhadores, Sr. Ministro. E veja que isto acontece desde a
política fiscal aos fundos comunitários, passando pelo investimento público.
O Sr. Ministro fala do contribuinte «Manuel» ou da contribuinte «Maria», mas está a passar ao lado das
benesses que estão a ser dadas ao contribuinte «Américo» ou ao contribuinte «Belmiro» e, mais ainda, aos
que não têm nome nem rosto e dão a volta ao mundo de offshore em offshore.
O Sr. David Costa (PCP): — Bem lembrado!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Ministro, há uma pergunta concreta que lhe queria deixar e que tem a ver
com o valor global do investimento público e onde se vai concretizar. É que o que mais marcou a vossa
governação e o que foi mais notável nas vossas opções, neste mandato, foi o cancelamento de investimentos.
Pergunto: quais são os principais projetos de investimento público para este ano? Qual é o enunciado das
obras e projetos e a dotação para 2015? Não falamos de primeiras pedras, nem de plantas, nem de Power
Point, falamos de previsões, falamos de investimento para 2015. O que é que vai ser pago? Agradecia que
nos desse essa explicação, Sr. Ministro.