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I SÉRIE — NÚMERO 65

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Um ano depois, o que pretendemos saber é se o crescimento é de 1,5%, 1,6% ou até, como o Banco de

Portugal hoje veio estimar, de 1,7%. Sr.ª Deputada, não deixa de ser curioso que nenhum dos partidos da

oposição fale nesta atualização das estimativas de crescimento em alta, com a revisão em alta.

Mas, Sr.ª Deputada, a diferença entre o debate público e político de há um ano e o debate de hoje é

bastante elucidativa. Um Portugal melhor, como a Sr.ª Deputada aqui referiu, é um Portugal que, hoje,

recuperou a sua autoestima, recuperou a sua credibilidade externa, recuperou a sua confiança e consegue,

pouco a pouco e de forma gradual, começar a recuperar os rendimentos dos portugueses, mas é também um

Portugal que sabe que ainda há muitos desafios para vencer e que só mantendo o caminho é que os

conseguiremos vencer, de facto.

A pergunta que lhe queria deixar tem a ver, exatamente, com esta revisão das estimativas de crescimento,

sobretudo com esta revisão em alta para 1,7%, estimativa do Banco de Portugal. Gostava de lhe perguntar se

estamos no bom caminho,…

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — O bom caminho é juntos ou separados? CDS e PSD estão juntos ou

separados?

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — … se Portugal está melhor e estará melhor se todos os grupos

parlamentares — mas todos, sobretudo os que tiveram responsabilidade governativa até 2011 — souberem

assumir as respetivas responsabilidades, se souberem reconhecer os erros, virar a página do passado e olhar

para o futuro, porque só assim saberemos dar esperança a um país que quer ter esperança, quer ter confiança

no futuro e quer superar todos os seus desafios.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mónica Ferro.

A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Sr.ª Presidente, vou começar por responder à Sr.ª Deputada Cecília

Honório, do Bloco de Esquerda.

Sr.ª Deputada, não pode atribuir intenções eleitoralistas porque durante toda a minha intervenção nunca

me esqueci de referir os desafios, nunca me esqueci de referir as dificuldades, nunca me esqueci de referir o

impacto que este programa exigente teve na vida dos portugueses e das portuguesas. O que eu fiz foi,

louvando o esforço dos portugueses e das portuguesas, mostrar que há um caminho que está a ser trilhado e

que é um caminho que nos dá esperança, e isso é importante para continuarmos a envolver os portugueses e

as portuguesas neste processo que ainda agora começou.

Quando refiro que Portugal está melhor, faço-o com dados. Trouxe, aqui, a esta Casa, dados que tenho

visto muito pouco propalados pela comunicação social e pelas oposições — nem uma palavra sobre eles! O

esforço foi introduzir mais elementos neste debate para poder mostrar aos portugueses e às portuguesas que

o esforço compensa, o esforço tem compensado. Como exemplo, usei o Mário Draghi, usei o Conselho de

Finanças Públicas, usei os dados do desemprego e poderia ter usado muitos outros.

A Sr.ª Deputada trouxe-me a questão das urgências e a questão do acesso à saúde. Sr.ª Deputada,

alargámos o número de pessoas com isenção de taxas moderadoras, alargámos a isenção das taxas

moderadoras para todas as crianças com menos de oito anos. Temos mais consultas, mais cirurgias, estamos

a contratar mais médicos, os medicamentos estão mais baratos.

É claro que isto não se pode reduzir a uma política de casos e é claro que cada caso é por nós lamentado

e imediatamente o tentamos corrigir, mas não se pode deixar de ver a floresta porque nos focamos demasiado

na árvore. O caminho é um caminho consolidado, é um caminho que nos enche de esperança — a mim

enche-me de esperança, Sr.ª Deputada, e é assim que eu olho para a política, como uma missão que todos os

dias tenho de cumprir mas com esta esperança que me anima.

Trouxemos a questão da natalidade para a narrativa política, mas não ficamos por aí. A Sr.ª Deputada sabe

que tivemos toda a Assembleia da República a trabalhar na questão da natalidade. Em algumas comissões

estivemos sozinhos com o CDS-PP, é preciso confessá-lo. Não tivemos contributos dos partidos da oposição,

que não votaram relatórios.