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26 DE MARÇO DE 2015

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A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, muito obrigada pelas vossas questões.

Não houve da parte do PSD, nem da minha parte qualquer tentativa de escamotear a realidade. Aliás, referi

várias vezes que todas as medidas encetadas tiveram noção do impacto que tinham na vida das pessoas e

que, sempre que possível, e dentro do que nos foi sendo possível, fizemos tudo para minorar esse impacto.

Há realidades que são inelutáveis. Não obstante tudo o que fizemos para que o impacto das medidas de

austeridade fosse mais duro para quem mais rendimento disponível tinha, não negamos que essas medidas

tiveram impacto em todas as portuguesas e em todos os portugueses.

Portanto, não nos cabe agora tapar essa realidade. Temos noção dela e eu disse que, enquanto houver um

português desempregado, isso significa que não podemos estar sossegados. As políticas sociais, as políticas

de criação de emprego estarão, com certeza, no topo da agenda, do nosso projeto, e estão no topo agora…

Protestos da Sr.ª Deputada Paula Santos (PCP).

Claro que estão, Sr.ª Deputada! Por cada argumento que a Sr.ª Deputada me der para uma realidade que

nos exige ainda mais empenho, eu tenho respostas para lhe dar.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vá perguntar às pessoas se o País está melhor e veja o que lhe

respondem!

A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — Nós tivemos respostas em todas as áreas de intervenção. Muitas delas

ficaram aquém daquela que seria a nossa expectativa? Pois ficaram! A situação em que o País se encontrava

estava para lá de qualquer das nossas piores expectativas e isso exigiu, em muitos momentos, uma

adequação das políticas para dar resposta às exigências que íamos tendo.

De facto, não posso deixar de salientar que vamos tendo da parte do Partido Socialista o reconhecimento

de que alguns indicadores são bons! Isso já significa uma mudança.

O Sr. Filipe Lobo d’Ávila (CDS-PP): — E interesses eleitoralistas!

A Sr.ª Mónica Ferro (PSD): — E em relação à retração do PIB, que aqui foi referida, devo dizer que, de

facto, o PIB retraiu durante três anos e agora começa a crescer. Só falta mesmo o PS reconhecê-lo, já que

todas as instituições internacionais o estão a fazer, assim como as instituições nacionais!

Dizem-me aqui que o Dr. António Costa já reconhece. É um bom sinal.

De facto, nós queríamos que as exportações continuassem com o fulgor com que arrancaram, mas é

inegável que elas têm um desempenho sólido, dos melhores ao nível do espaço onde nos inserimos. Se

desaceleraram foi porque o crescimento inicial foi efetivamente muito fulguroso, mas isso não significa que

elas não estejam num ritmo muito mais acelerado do que estavam antes. Não estão é tão rápidas como

estavam no ano passado. Esta é uma questão de aceleramento só, não de proporção. Só temos de ir ver a

proporção.

Não resisto em fazer uma pequena referência à questão das desigualdades salariais. Estivemos toda a

manhã em audição com a Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade e se há coisa

que ficou clara foi que as desigualdades salariais são uma prioridade deste Governo. Fomos o primeiro

Governo que levou a questão à concertação social. Encomendámos um relatório que vamos levar à

concertação social. Estamos a desenhar um mecanismo de cálculo das desigualdades salariais. Pela primeira

vez, introduzimos este fator como fator penalizador das empresas no acesso a concursos e a fundos

comunitários. E ainda tenho algo mais a acrescentar: não é verdade que as desigualdades salariais

aumentaram; de 2012 para 2013, diminuíram.

Portanto, é sempre importante ter cuidado com os números que citam, porque, nem sempre, eles

favorecem o vosso argumento.

Sr.ª Deputada Paula Santos, acredito realmente que o País está melhor. Gostava que estivesse muito

melhor, sendo para isso que nós todos os dias aqui vimos e lutamos, Sr.ª Deputada. Continuamos a acreditar

que é a nossa política, a nossa estratégia que vai levar a um Portugal melhor. Aliás, não temos qualquer prova

de que não esteja a dar resultado. Lamentamos os números do desemprego, com certeza. Lamentamos os