I SÉRIE — NÚMERO 66
10
A variante à EN222, que liga Pedorido à A32 é também em si justíssima e um fator de desenvolvimento do
concelho de Castelo de Paiva. A conclusão desta variante foi uma merecida promessa feita pelo Governo de
Cavaco Silva na altura em que se tencionava encerrar as minas do Pejão. Já lá vão mais de 20 anos!
A ligação de Feira a Arouca, que novamente abarca vários concelhos com o seu interesse, é justíssima,
inequívoca. Mais uma vez, responde ao isolamento que, quer o concelho de Arouca, quer o concelho de
Castelo de Paiva, têm do ponto de vista da mobilidade. E, com isso, também promovem o desenvolvimento de
concelhos como o de S. João da Madeira, de Santa Maria da Feira, de Vale de Cambra e de Oliveira de
Azeméis.
São, portanto, iniciativas de merecido reconhecimento público e as populações sabem, porque sentem na
pele, que elas são incontornáveis. Por isso, a minha pergunta é: por que é que ainda não saíram do papel?
Depois de tantas promessas, depois de tantos governos serem eleitos, dizendo que essas eram as suas
prioridades, por que é que ainda não saíram do papel?
Veja-se o paradoxo: a variante à EN222 entre Pedorido, na zona industrial das Lavagueiras, e a A32 tem 6
km! E, mesmo assim, há décadas que não sai do papel.
Sr.as
e Srs. Deputados, o Bloco de Esquerda fez o que tinha de fazer: apresentou as suas ideias, marcou
este debate e fez com que a Assembleia da República se debruçasse sobre este tema com o único propósito
de não chegarmos novamente a eleições apenas com papéis e sem nada no terreno. Isso seria imperdoável.
O repto foi lançado, todas as bancadas deram as suas opiniões e trouxeram-nas a debate.
Creio que o passo seguinte é no sentido de que saia daqui um voto unânime para que o Governo não
chegue ao final do seu mandato sem cumprir com as promessas. As populações, creio eu, não perdoariam
este Governo e cada um e cada uma de nós.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para apresentar os projetos de resolução do PS, tem a palavra o Sr. Deputado
António Cardoso.
O Sr. António Cardoso (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Os projetos de resolução n.os
1011/XII (3.ª) e 1378/XII (4.ª), apresentados pelo Partido Socialista, sendo aprovados, simbolizam o derrube
de barreiras viárias que atrofiam o desenvolvimento dos concelhos de Castelo de Paiva, de Arouca e da
freguesia da Lomba, no concelho de Gondomar.
Falo de pequenos segmentos viários com menos de 10 km, cujo atravessamento tortura quem por ali é
obrigado a passar. Ao serem construídos em perfil de via rápida, garantem uma mobilidade mais fácil, mais
segura, particularmente para quem, numa emergência médica, precisa de ser atendido no hospital de Santa
Maria da Feira.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, além de mais e melhor segurança na circulação de pessoas e
bens, estas duas obras são fundamentais para valorizar as zonas industriais de Pedorido, do concelho de
Castelo de Paiva, e de Escariz e de Mansores, do concelho de Arouca, tornando-as mais atrativas, mais
competitivas e mais geradoras de emprego.
Com estes ganhos, consegue-se ainda reforçar a coesão social e territorial nestes dois concelhos que,
ultimamente, têm sofrido uma preocupante queda demográfica.
É inaceitável que pessoas do município de Arouca, concelho que está integrado na Área Metropolitana do
Porto, demorem mais de uma hora para se deslocarem em viatura automóvel das suas residências à cidade
do Porto. Esta realidade é incompreensível, uma vez que há obras permitidas há décadas e que continuam
paradas nos gabinetes do Terreiro do Paço.
Os arouquenses e os paivenses não fazem exigências megalómanas. Os arouquenses não estão a pedir
uma linha de metro que chegue a Arouca, estão a pedir, única e simplesmente, que construam um troço diário
pequeno com menos de 10 km. A mesma reivindicação é feita pelos paivenses.
Na qualidade de Deputado eleito pelo distrito de Aveiro, natural e residente numa das freguesias periféricas
a estes dois concelhos, sou testemunha e protagonista sofredor desta intolerável situação.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, considerando que a variante Arouca-Feira está incluída como
investimento prioritário no Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 2014-2020, deverá a Assembleia