I SÉRIE — NÚMERO 74
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O Sr. Arménio Santos (PSD): — É uma proposta de lei que o Governo construiu em diálogo com os
representantes da Ordem dos Engenheiros, metodologia que saudamos e que é a base do equilíbrio que
preside a todo o articulado deste documento.
Queremos, por isso, destacar o trabalho empenhado realizado pelo Governo, em articulação com a referida
Ordem, e a disponibilidade construtiva revelada por esta associação profissional para se chegar ao documento
aqui em apreço.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Cabe agora ao Parlamento fazer também o seu trabalho, em especial
avaliar se há necessidade e espaço para harmonizar algumas disposições e introduzir alguns
aperfeiçoamentos nesta proposta de lei.
Desde logo, deve ter-se em conta a especificidade e a relevância da profissão de engenheiro, os avanços
permanentes nos domínios científico e técnico e económico e social que à sua atividade mais diretamente
respeitam, e, a esta luz, tentar acautelar o exercício de novas especialidades que já hoje assumem destacado
relevo na vida do nosso País. Estamos a pensar, por exemplo, na criação de novas especialidades, como a
engenharia biomédica/ciências da vida, a engenharia alimentar e a engenharia e gestão industrial.
Mas esse trabalho será desenvolvido em sede de especialidade. Da nossa parte, há disponibilidade para,
em conjunto com as outras bancadas e a própria Ordem dos Engenheiros, chegarmos a uma solução que, no
respeito pela Lei n.º 2/2013, mereça o mais amplo apoio a esta importante proposta de lei,…
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso é que já é pior!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — … para prestígio e dignificação dos engenheiros portugueses e da sua
associação profissional, mas, sobretudo, para que estes profissionais possam servir melhor o desenvolvimento
económico e o progresso do nosso País.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado
Adjunto e da Economia.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Economia: — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Agradeço,
obviamente, os comentários construtivos que foram feitos e refiro três pontos que me parecem interessantes:
os prazos, os estágios e a tutela administrativa.
Em relação aos prazos, não é uma questão de velocidade, como referiu. Quando estamos a falar em
harmonizar estatutos de 18 ordens envolvidas neste processo, há soluções legais que podem ser muito
diferentes e, portanto, o Governo optou por garantir que as soluções legais fossem as mesmas e que
representassem, mais do que tudo, um trabalho profundo, um trabalho transversal e, necessariamente,
moroso. Entre assegurar o cumprimento de um prazo específico de 90 dias ou deixar de envolver as ordens —
e aproveito também para as saudar —, entendemos que o mais importante era, sem dúvida alguma, não ter
duas velocidades, mas, inequivocamente, ouvir as ordens e fazer uma reforma transversal e aplicável a todas
as profissões em causa.
Em relação aos estágios, ouvi o que disse a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua e também me faz sentido —
estágios a mais, emprego a menos —, mas consagrar os estágios nos estatutos serve precisamente para
assegurar que as ordens não introduzem regulamentos internos ou barreiras puramente corporativas à entrada
de muitos dos candidatos a essa profissão. Portanto, a ideia foi exatamente a oposta: não generalizar os
estágios.
Quanto à tutela administrativa, Sr. Deputado Bruno Dias, quem fica triste sou eu, porque o Sr. Deputado,
infelizmente, não teve a imaginação de encontrar novos termos, tendo utilizado os termos da Sr.ª Deputada
Mariana Mortágua sobre o «toque de caixa da troica».