23 DE ABRIL DE 2015
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Os funcionários públicos, os pensionistas, a generalidade das famílias já está a recuperar poder de compra. É
hora de consolidar o alcançado e potenciar uma nova fase para o nosso País.
Por isso, era precisamente irresponsável entrarmos numa grande festa, vendendo ilusões que nos iriam
sair muito caras. Os portugueses, vítimas de três colapsos financeiros do Estado desde o 25 de Abril, não
merecem um novo resgate, e não será pelas mãos desta maioria que a bancarrota ou a troica regressarão a
Portugal.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Sr. as
e Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados:
Perante uma realidade confirmada por instâncias independentes nacionais e internacionais que evidencia a
melhoria dos principais agregados macroeconómicos de Portugal, o que, aliás, o líder socialista já tinha
reconhecido, vem o PS querer aproveitar os resultados alcançados com a mesma receita das suas anteriores
governações — gastar, fazer despesa, fazer uma grande festa e depois alguém há-de pagar.
Assim, em alternativa à estratégia do Governo, apresentou uma proposta que promete tudo a todos:
redução de impostos — no IRS, no IVA, na TSU, no IMI —, aumentos salariais, aumentos das carreiras na
Administração Pública, aumentos das prestações sociais, tudo é prometido.
Claro que trocam aumentos e despesa certa por alternativas incertas, mas argumentam que isto não é
irrealista, porque as previsões de crescimento do Governo, antes apelidadas de otimistas, afinal são
conservadoras e o crescimento económico vai pagar toda a fatura.
Srs. Deputados socialistas, será o mesmo crescimento económico que, antes, o PS garantia ir pagar as
PPP, a Parque Escolar, o TGV e o novo aeroporto de Lisboa, mas que, na prática, nos conduziram à
bancarrota e a tantos sacrifícios?
Srs. Deputados do Partido Socialista, há um ditado português que bem se aplica a este PS: «quando a
esmola é grande, o pobre desconfia».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
Repito, Srs. Deputados do PS, para que possam compreender: «quando a esmola é grande, o pobre
desconfia!».
Os portugueses podem não ficar especialmente felizes com o facto de a estratégia do Governo apontar
para uma remoção gradual das medidas extraordinárias decorrentes do colapso financeiro do País. Mas os
portugueses desconfiam muito mais de quem, em 2009, tudo deu para retirar depois das eleições e que agora
tudo promete para nos conduzir a uma nova rutura financeira e ao consequente rol de novos sacrifícios aos
portugueses.
Protestos do Deputado do PS Ferro Rodrigues.
Claro que o líder do PS, com a experiência de ter sido número dois do Governo socialista que afundou o
País, ao ver tanta promessa dos seus economistas — decerto tendo na memória a recente eleição grega, com
os ídolos de alguns socialistas caviar a prometerem tudo, mas a conduzirem o País para o resgate —,
apressou-se a interromper o seu silêncio para dizer que, afinal, isso é só uma proposta, não é uma bíblia, pelo
que deverão ser agora analisadas as sugestões destes economistas antes do rol de promessas ser
concretizado pelo PS em junho próximo. Espantoso, Srs. Deputados!
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Sabemos que Portugal continua
defrontado com problemas. O nível do desemprego é elevado, há ainda assimetrias sociais graves, ninguém
as nega, mas não é com estratégias derrotadas pela história ou vendendo ilusões que essas debilidades são
superadas.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Muito bem!