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21 DE MAIO DE 2015

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O Sr. Primeiro-Ministro, na campanha eleitoral, comprometeu-se com uma série de princípios e com uma

série de políticas que, pura e simplesmente, não cumpriu.

O Sr. Mota Andrade (PS): — Muito bem!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — Na campanha eleitoral, eu disse que isto mesmo ia acontecer, ou seja, que

os senhores iam transformar a solidariedade em caridadezinha, que iam aumentar os impostos, que iam

rebentar com os rendimentos dos funcionários públicos e dos pensionistas, e tudo isso aconteceu. O senhor

sempre negou até ao último dia, mas foi isso que fez durante estes quatro anos.

Aplausos do PS.

Portanto, a minha legitimidade é como a sua, é a do voto popular,…

Vozes do PS: — Muito bem!|

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): — … só que eu cumpro com aquilo com que me comprometi perante o voto

popular.

Sr. Primeiro-Ministro, os apelos ao medo, os apelos à irracionalidade, os apelos à imponderabilidade é

aquilo que os senhores querem fazer desta campanha eleitoral, mas não nos conseguirão levar para isso

porque os senhores têm uma total indisponibilidade para um debate sério. Ainda hoje o Partido Socialista, pela

voz do Secretário-Geral António Costa, apresentou um conjunto de propostas claras e concretas, uma

alternativa política e de políticas que reconcilia o rigor financeiro com a recuperação económica, que mostra

que é possível fazer diferente e fazer melhor, que garante a saída do procedimento do défice excessivo e, ao

mesmo tempo, consegue a redução da dívida pública compatível com a criação de emprego e com o

crescimento dos rendimentos, é isso que os senhores não querem discutir; os senhores preferem apelar ao

medo, apelar a fantasmas do que discutir politicamente as questões.

Sr. Primeiro-Ministro, nós queremos contribuir de forma segura para uma trajetória de redução do défice

público sem sacrifícios do investimento, da modernização e da proteção social. Os senhores o que é que

apresentam? Apresentam para 2019 um saldo orçamental positivo e uma taxa de desemprego superior aos

11%. Os senhores apresentam um programa para os próximos anos que é um programa de continuação do

desastre social.

Pergunto-lhe: quando é que querem pronunciar-se sobre as respostas que o PS deu às 29 perguntas que o

Vice-Presidente do PSD fez? Foram respondidas com todos os pormenores, com equações e tudo.

Risos do PSD.

Os senhores ainda estão a digerir as respostas que hão de dar. Se não as compreenderam, nós damos-

vos uma segunda oportunidade: repitam as perguntas e nós explicamos melhor.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente. — Srs. Deputados, peço-vos que não façam ruído. É muito difícil para a Mesa decidir

entre interromper o orador ou pedir à Assembleia que não faça ruído.

Durante a intervenção do Sr. Deputado Ferro Rodrigues, tive algumas dúvidas sobre se o interrompia ou

não. Estou, pois, a prestar estes esclarecimentos pelo facto de não o ter interrompido.

Assim sendo, peço a todos que façam silêncio de modo a que os oradores possam ser ouvidos, porque

houve alguns problemas na última fase da intervenção anterior.

Sr. Primeiro-Ministro, tem a palavra.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Ferro Rodrigues, eu não faço qualquer apelo ao

medo. Pelo contrário, faço um apelo, repare bem, à prudência e à confiança.