I SÉRIE — NÚMERO 90
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O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Queira concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — É que, até agora, não há nenhum concurso aberto e isso é que não é sério.
Termino, Sr. Presidente, dizendo o seguinte: a agenda do trabalho digno e a realidade exigem uma ACT
eficaz. O Parlamento Europeu aprovou uma resolução, em 14 de janeiro de 2014, dizendo que a inspeção
para as condições de trabalho é fundamental e tem de ter meios financeiros e humanos adequados.
Veja-se o que de inédito aconteceu, atentem, pelo menos, neste facto: houve uma greve, pela primeira vez,
dos trabalhadores da Autoridade para as Condições de Trabalho. Porquê? Por falta de condições de trabalho
na própria ACT. Atentem neste facto e aprovem o projeto de resolução do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Miranda Calha): — Termina, aqui, a discussão do terceiro ponto da nossa ordem de
trabalhos.
Passamos, agora, ao quarto ponto, que consiste no debate conjunto do projeto de resolução n.º 1150/XII
(4.ª) — Pela defesa, desenvolvimento e gestão pública da TAP como companhia aérea de bandeira nacional
(PCP), das petições n.os
454/XII (4.ª) — Apresentada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação
Civil (SNPVAC), solicitando à Assembleia da República a suspensão do processo de privatização da TAP
Portugal, SGPS, e 460/XII (4.ª) — Apresentada pela Comissão de Trabalhadores da TAP Portugal —
Manifesto contra a privatização da TAP, do projeto de resolução n.º 1472/XII (4.ª) — Anulação imediata do
processo de privatização da TAP (Os Verdes), do projeto de lei n.º 902/XII (4.ª) — Garante a TAP enquanto
empresa pública (BE), na generalidade, e do projeto de resolução n.º 1479/XII (4.ª) — Pela defesa da TAP
(PS).
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O PCP promoveu o agendamento
deste debate em Plenário para que esta Assembleia discuta o caminho para o futuro da TAP e não o beco
sem saída ou o buraco em que a querem enfiar.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Valorizamos muito e saudamos vivamente as petições contra a privatização da
TAP, promovidas pelos trabalhadores da TAP e suas organizações, que o agendamento do PCP permitiu que
fossem também apreciadas nesta sessão plenária, e acolhemos, naturalmente, as iniciativas que outros
partidos juntaram a este debate, contra a privatização.
Dizer não à privatização da TAP já é só por si um dever patriótico. São cada vez mais aqueles que fazem
ouvir a sua voz contra essa política de traição do interesse nacional com a alienação da nossa TAP, da nossa
companhia aérea de bandeira.
Mas nós vamos mais longe, nós, do PCP, apresentamos propostas concretas para defender a TAP e
construir um futuro de desenvolvimento e de sustentabilidade para a companhia. Com este debate fica mais
uma vez demonstrado que não há inevitabilidades nem caminhos de sentido único. Há alternativas, há
soluções que é possível e que é indispensável levar por diante, o quanto antes, Srs. Deputados.
O PCP defende que sejam libertadas as empresas públicas, e nomeadamente a TAP, das absurdas
restrições à gestão atualmente impostas pelo Governo,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — É justo!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — … que se apoie a TAP na resolução do problema da antiga VEM, a chamada
Manutenção Brasil; que se invista na manutenção da TAP, modernizando-a, alargando os quadros de pessoal
e as instalações; que se ponha termo à instabilidade no handling ou assistência em escala e se reforce a
ligação da SPdH (Serviços Portugueses de Handling, S.A.) à TAP; que sejam resolvidas as necessidades de