O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 91

24

reserva absoluta da Assembleia da República. Aquilo que nos parece mais significativo é que não é a um mês

do final da Legislatura que o Governo propõe à Assembleia da República uma reforma desta envergadura e

com esta importância.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Ministra da Justiça para responder.

A Sr.ª Ministra da Justiça: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António Filipe, eu vou trabalhar até ao último

dia como trabalhei no primeiro, dentro dos limites constitucionais.

O Sr. António Filipe (PCP): — Mas não nos deixa trabalhar a nós!

A Sr.ª Ministra da Justiça: — O senhor, se quiser, trabalha!

Eu continuarei e, se eu posso trabalhar no primeiro dia como no último, o senhor também pode…

O Sr. João Oliveira (PCP): — A Sr.ª Ministra devia ter vergonha!

A Sr.ª Ministra da Justiça: — … e todos os Srs. Deputados podem!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos de Deputados do PCP, batendo com as mãos nos tampos das bancadas.

Os senhores sejam democratas, se faz favor.

Quanto às más práticas e quanto à reserva, os Srs. Deputados juraram cumprir a Constituição, que, pelos

vistos, não conhecem. É só ler o artigo 165.º, n.º 1, alínea p), para ver que esta matéria não é de reserva

exclusiva. Passo a ler: «É da exclusiva competência da Assembleia da República legislar sobre as seguintes

matérias, salvo autorização ao Governo: (…) p) Organização e competência dos tribunais, do Ministério

Público e estatuto dos respetivos magistrados, bem como das entidades não jurisdicionais de composição de

conflitos; (…)».

Portanto, Srs. Deputados, a Constituição é muito clara sobre esta matéria e os senhores juraram cumpri-la.

Quanto à oportunidade ou não, compete, naturalmente, ao Parlamento conceder ou não as autorizações

solicitadas.

Relativamente às questões suscitadas pela Sr.ª Deputada Cecília Honório, direi que os pareceres estão

todos publicados no site da Assembleia.

Quero sossegar o Sr. Deputado António Filipe dizendo-lhe que o Professor Mário Aroso integrou esta

Comissão, assim como a integraram os maiores especialistas.

Portanto, e repito, Srs. Deputados, eu trabalharei no último dia como trabalhei no primeiro, dentro dos

limites constitucionais.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. António Filipe (PCP): — Peço a palavra, Sr.ª Presidente.

A Sr.ª Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, peço a palavra para fazer uma interpelação à Mesa sobre o

andamento dos trabalhos deste processo legislativo.

A Sr.ª Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.