I SÉRIE — NÚMERO 91
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O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Ministra da Justiça, Sr.ª Secretária de Estado dos
Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Sr.as
e Srs. Deputados: Já que o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves
acusou alguém (quem não sei!) de não querer trabalhar, eu estava à espera que nos dissesse alguma coisa
sobre o conteúdo destas propostas.
O Sr. José Magalhães (PS): — E disse!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Só disse agora, no fim, sobre a lei de ação popular. Muito bem, se o Partido
Socialista acha que a lei de ação popular devia ser alterada, além das alterações processuais, porque aqui
tratamos só de mudanças processuais, adjetivas e não substanciais, o Sr. Deputado poderia ter dito alguma
coisa a esta Câmara para podermos debater o conteúdo das propostas. Eu, na minha intervenção, vou tentar
dizer alguma coisa sobre o conteúdo das propostas.
Portanto, aos Srs. Deputados que levantaram esta questão procedimental gostaria de dizer o seguinte: VV.
Ex.as
não tenham dúvidas de que, desde logo, há aqui, e posso dizê-lo, algo de diferente daquilo que se
passou com o CPA. Com o CPA os Deputados fizeram o debate e, no dia das votações, fizeram as três
votações.
Queria agora dizer a VV. Ex.as
que vão ter oportunidade de discutir estas matérias na especialidade.
O Sr. José Magalhães (PS): — Isso é positivo!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — E nós achamos que seria muito bom que, na especialidade, não se viesse só
dizer assim: «Não, o Governo não quer trabalhar. Os Deputados da maioria não se inscrevem. Os Deputados
não querem trabalhar sobre esta matéria!» Não tenham problemas, porque vamos fazê-lo e vamos debater
estas matérias na especialidade.
O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Muito bem!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Portanto, o melhor é passarmos à questão substancial. E a questão
substancial, deixem-me que vos diga, tem muito a ver com algo… Refiro-me mais ao Partido Socialista que
enquanto foi Governo e teve a pasta da Justiça se habituou a não cumprir com aquilo que constava do seu
Programa. Este Governo, mesmo atacado por essa forma, tem uma vantagem: está a cumprir tudo o que
estava no seu Programa, nomeadamente nesta matéria, que é das poucas que faltam relativamente àquelas
que estavam no Programa do Governo.
Portanto, acho que lá fora toda a gente entende. Nós, Deputados, obviamente, temos de ter a possibilidade
de discutir estas matérias e vamos tê-la. Mas, pelas primeiras intervenções que hoje se fizeram, parece que os
Srs. Deputados não leram todos os pareceres que já estão no site da Assembleia da República.
O Sr. José Magalhães (PS): — Lemos, lemos!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — São sobre o anteprojeto?! É verdade.
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Ah, pois é!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Não temos os pareceres sobre esta proposta de lei? Não temos, mas vamos
obtê-los para saber o que as entidades que obrigatoriamente têm de ser ouvidas vão fazer. Vamos aguardar
esses pareceres e, obviamente, ter em atenção o que nos dizem, nomeadamente o que nos diz o Conselho
Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais, cujos magistrados se dedicam concretamente a estas
matérias, do ponto de vista da atuação judiciária.
Srs. Deputados, estamos a perder, por razões procedimentais, a oportunidade de debater aqui os aspetos
positivos. Aliás — e chamo a atenção para isto —, Srs. Deputados, leiam os pareceres e verão o rol de
aspetos positivos que esses pareceres das principais entidades relacionadas com esta matéria, e que são as
entidades que têm de se pronunciar obrigatoriamente sobre esta matéria, apontam. Vão lá e leiam o que lá