29 DE MAIO DE 2015
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Sr. Deputado, gostava que fizesse um raciocínio comigo: ouvi, anteontem, o Dr. António Costa dizer que
baixar custos de trabalho é bom — zigue! Hoje, o Sr. Deputado Rui Pedro Duarte veio dizer que baixar custos
de trabalho é mau — zague!
Consideram também que tirar 14 mil milhões de euros da segurança social, que afeta o sistema
previdencial, é bom — zigue! E consideram que baixar custos de trabalho, se forem propostos neste momento
pelo Governo, é mau — zague!
Percebe-se completamente a consistência zigue/zague que o Partido Socialista tem nesta matéria, Sr.
Deputado!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quanto aos dados do programa Garantia Jovem, também há, pelos vistos, uma grande diferença entre a
bancada do Partido Socialista e a bancada do Governo.
Sabe, Sr. Deputado, quando construímos o programa Garantia Jovem — e Portugal tem muita
responsabilidade no panorama europeu por se ter construído um programa como este —, dissemos
claramente que não podia ser, nem devia ser, nomeadamente por estarmos a falar de pessoas abaixo dos 30
anos, unicamente focado nas ofertas de emprego. Também deve estar focado em formação profissional; em
programas de educação, como, por exemplo, o programa Retomar, que permite a muitos jovens que
abandonaram o percurso escolar poderem regressar; em cursos vocacionais de nível secundário que sejam
geridos pelo Ministério da Educação; e em cursos de educação e formação de jovens e adultos, que são
fundamentais.
A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Responda às perguntas!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Por isso, quando o Sr. Deputado
olhar para os dados do Garantia Jovem não se esqueça que este programa também conta com uma
participação muito grande do Ministério da Educação. Se somar esses dados aos dados que citou, e se souber
fazer bem a conta, o que nem sempre é tradicional no Partido Socialista, vai conseguir chegar à mesma
conclusão, que são as conclusões oficiais.
Relativamente à matéria dos estágios profissionais, também há uma grande diferença entre a bancada do
Governo e a bancada do Partido Socialista. É que para nós os estágios profissionais são uma forma de se
poder entrar no mercado de trabalho, são uma garantia de entrada no mercado de trabalho. E cerca de 70%
destas pessoas fica, seis meses depois, no mercado de trabalho. Quem o diz não sou eu, Sr. Deputado, é o
IEFP, que o Sr. Deputado citou.
Respondendo à matéria relativa à ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), não deixo de achar
espantoso que o Sr. Deputado, depois de o Governo ter anunciado o reforço do quadro dos inspetores da ACT
para 42, venha falar sobre esta matéria. Chama-se a isto uma coisa muito simples: o Governo age, o Partido
Socialista reage.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — O Sr. Deputado David Costa colocou-
me questões relativas à matéria de estágios, às quais já respondi.
Queria dizer ao Sr. Deputado Raúl de Almeida o seguinte: é muito relevante podermos estimular a
economia das nossas empresas — também os particulares, mas, acima de tudo, a economia das nossas
empresas — a encontrar uma forma de honrarem os seus compromissos, os compromissos que têm para com
a segurança social e, ao mesmo tempo, mantermos as empresas a laborar e com condições de se poderem
candidatar a fundos comunitários.
É exatamente por isso que é tão importante, neste momento, podermos aumentar de 120 para 150 meses
o tempo dos planos prestacionais. É uma ajuda muito importante para as empresas, para a manutenção do
emprego, para podermos arrecadar verbas para a segurança social e para garantir a projeção e a
sustentabilidade do sistema.