12 DE JUNHO DE 2015
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A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — … e já não conseguia obter financiamento junto dos mercados
internacionais para honrar os seus compromissos mais básicos, como salários e pensões.
Ironia das ironias: o partido que hoje aqui expressa, e muito bem, a sua preocupação com o combate à
pobreza e às desigualdades é o mesmo que, em 2011, arrastou o País e os portugueses para uma verdadeira
situação de emergência social, colocando, desse modo, muitos, mas mesmo muitos portugueses no
desemprego e na pobreza.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente! Bem lembrado!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Ao Governo e a esta maioria coube a árdua missão de retirar o
País da dramática situação em que se encontrava, cumprindo as difíceis medidas impostas pelo Memorando
de Entendimento, e de colocar o País no caminho do desenvolvimento, do crescimento e da criação de
emprego, sempre com a preocupação de proteger os que menos tinham, nos momentos difíceis que tivemos
de enfrentar.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Exatamente!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Nesse sentido, o
Governo adotou medidas que contribuíram para combater o inevitável aumento da pobreza, repito, o inevitável
aumento da pobreza.
Criou o Programa de Emergência Social, tendo, no total dos quatro Orçamentos do Estado, investido 980
milhões de euros no combate direto à pobreza.
Reforçou a capacidade de resposta do Estado social, facto que o próprio INE enalteceu. Em 2015, temos
cerca de mais 440 milhões de euros em ação social do que em 2011.
Majorou, em 10%, o subsídio de desemprego para casais com filhos a cargo.
Em parceria com as entidades da economia social, promoveu um vasto conjunto de medidas com o
objetivo de apoiar as famílias, as crianças, os jovens e os idosos, em particular os mais desfavorecidos.
Aumentou as pensões mínimas sociais e rurais, que o PS congelou, e com esta medida contribuiu
significativamente para reduzir o risco de pobreza entre os mais idosos.
Isentou das taxas moderadoras cerca de 5 milhões de portugueses.
Promoveu uma redução significativa do preço dos medicamentos.
Celebrou 100 novos contratos locais de desenvolvimento social, com o objetivo de combater a pobreza, em
particular a pobreza infantil.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Ó Sr.ª Deputada, cortou os salários!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Aumentou o número e o valor médio das bolsas de estudo no
ensino superior.
Ampliou a comparticipação em livros e materiais escolares.
Conseguiu reduzir significativamente, mesmo em tempos difíceis, o abandono escolar dos jovens, medida
extremamente importante para reduzir a pobreza infantil.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
A Sr.ª Maria das Mercês Soares (PSD): — Mesmo assim, concluído o Programa de Ajustamento, com os
parceiros sociais e em diálogo social, aumentou o salário mínimo nacional.
O desemprego, como todos sabemos, é a causa principal da pobreza.
Em janeiro de 2013, a taxa de desemprego atingia 17,5%, mas tem vindo a descer significativamente e,
neste momento, encontra-se em 13%, menos 4,5%. Penso que é algo que todos devemos reconhecer, porque
foram muitos, mas muitos, homens e mulheres, muitas famílias que viram os seus rendimentos aumentados e,
muitos deles, com contratos de trabalho sem termo.