I SÉRIE — NÚMERO 98
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Aplausos do PS.
O Sr. Secretário de Estado fez uma pergunta sobre a posição do Partido Socialista e não fica,
naturalmente, sem resposta, porque nós temos tido uma posição muito clara. Entendemos que o Governo não
está a defender o interesse estratégico do País nem o interesse público.
Pode vir com todas as cantilenas do passado que os portugueses sabem muito bem que a única coisa que
o PS sempre defendeu foi uma privatização parcial do capital da TAP, se tal se justificasse.
O Sr. Nuno Filipe Matias (PSD): — Falsa memória!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Mas não vou perder muito tempo com isso, Sr. Secretário de Estado,
porque os portugueses também sabem que há uma grande diferença entre António Costa e Pedro Passos
Coelho.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — É que António Costa cumpre aquilo que diz, ao contrário de Pedro
Passos Coelho.
Aplausos do PS.
Portanto, nós cumpriremos aquilo que temos dito. Se este negócio não servir o interesse nacional, não
hesitaremos em utilizar a cláusula que o Governo colocou e aprovou.
Queria fazer-lhe quatro ou cinco perguntas muito simples e objetivas, já que o Governo anda a furtar-se às
respostas.
Desde logo, registo uma primeira nota: daquilo que o Sr. Secretário de Estado ontem esteve a transmitir no
briefing, percebemos, como diz o povo, que os eventuais compradores — e a culpa não é deles — querem
«comprar o cão com o pelo do cão». Aquilo que percebemos é que temos aqui uma operação de colocação de
ações em bolsa, de leaseback de aviões, eventualmente um abandono da compra dos A350, um abandono do
desígnio, que era da TAP e do Estado português, de voar para a China, com os efeitos negativos que tudo
isso tem no turismo e, naturalmente, aquele que quer comprar a TAP vai financiar-se por muitas destas
situações. Ou seja, faz-se tudo aquilo que o Estado podia e devia fazer e, portanto, em termos de
capitalização da TAP, a mesma será feita com os recursos da própria TAP.
Importa que o Sr. Secretário de Estado esteja disponível para esclarecer mais em detalhe.
Segundo ponto (e até fico sem palavras, Sr. Secretário de Estado, porque estou a ver a nota e é
deliberado), é uma vergonha vender a TAP — e vou usar a analogia que o Sr. Ministro Pires de Lima gosta
muito — por metade do Jorge Jesus. É mesmo uma vergonha! É mesmo uma vergonha e convinha que o Sr.
Secretário de Estado explicasse, porque, na verdade, são apenas 10 milhões de euros.
Mas, Sr. Secretário de Estado, explique-nos a renegociação da dívida, explique-nos a garantia que o
Estado — e que o Sr. Ministro ontem assumia — vai dar em relação à dívida e explique-nos também a matéria
do controlo efetivo da Companhia, porque o que veio a público é que, tudo indica, viola a legislação
comunitária. Importa que isto seja muito bem explicado e esclarecido.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs.
Deputados: Ontem, dia 11 de junho de 2015, foi um dia de luto para os portugueses — o Governo deu um
passo importante na entrega de uma fatia da nossa soberania aos privados.