18 DE JUNHO DE 2015
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Syriza. E pensei: será que a Sr.ª Deputada foi convidada para fazer uma intervenção no Parlamento de
Atenas?! O projeto de lei aqui apresentado hoje é ou não uma parte do programa eleitoral do Syriza?!
Vozes do PSD: — Bem lembrado!
Protestos do BE.
O Sr. João Figueiredo (PSD): — E diga-me uma coisa: foi ou não implementado? Nós sabemos que não e
sabemos porquê!
Protestos do BE.
Bom, a história também nos diz que «sol na eira e chuva no nabal» não é possível. E não é possível, por
uma razão simples: estar no euro e não cumprir as regras do euro não é possível. E aí percebemos o sentido
de responsabilidade.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Só os gregos! Só os gregos, só o Syriza!
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Mas, Sr.ª Deputada, ninguém esconde que os portugueses viveram
tempos difíceis. Com o seu esforço, com a sua dedicação e, reconhecemos, também com o seu sofrimento,
conseguimos tirar o País da lama para onde a governação socialista o tinha enviado.
A seu tempo, Portugal teve, através deste Governo, a sensibilidade, o sentido de Estado, o sentido de
responsabilidade para implementar um programa de emergência social, ao mesmo tempo que agia de acordo
com aquilo que se espera de um plano de emergência social, ou seja, primeiro o que é importante e depois o
que é urgente. E o que é que era importante? Importante era tirar Portugal do protetorado, importante era
ganhar a liberdade de ação e de tomada de decisão, e era urgente não deixar ninguém para trás,…
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. João Figueiredo (PSD): — … ao mesmo tempo que colocávamos a economia a crescer, o
desemprego a diminuir e o investimento a aumentar. Tudo suportado num diálogo social, empenhado e
construtivo.
Sr.ª Deputada, diga-nos se reconhece ou não o esforço dos portugueses e estes indicadores positivos.
Depois, quero dizer-lhe o seguinte: chamaram a este projeto de lei um projeto de emergência social, mas
tudo promete e nada diz sobre como é financiado.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Ora!
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Ó Sr.ª Deputada, ou se confirma que há petróleo no Beato, e só avisaram
o Bloco de Esquerda, ou, então, tem de nos dizer onde é que vão buscar o dinheiro. É que é importante
sermos sérios nesta discussão.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. João Figueiredo (PSD): — Quero dizer-lhe que a austeridade não foi uma opção deste Governo, Sr.ª
Deputada — há que ter atenção a isto! —, a austeridade foi uma inevitabilidade, em função da herança
desgraçada que recebemos. Mas a austeridade significa ter maior rigor e controlo nos gastos. Rigor e controlo
nunca rimará com o Bloco de Esquerda, mas é importante, porque não se pode prometer tudo a todos,
estabilizar o universo, o impacto e os custos das medidas hoje, aqui, apresentadas. Temos de ter cuidado para
que as medidas ditas de emergência não criem emergências ainda maiores.
Sr.ª Deputada, para terminar, quero dizer-lhe o seguinte: em 2011, todos os partidos foram chamados à
responsabilidade de resgatar o País, assinando o apoio financeiro internacional. Passados quatro anos,