I SÉRIE — NÚMERO 109
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definição de fontes de financiamento alternativas para as autarquias que permitam desonerar as populações
de taxas e impostos.
Neste sentido, o PCP votou contra a presente iniciativa legislativa.
A Deputada do PCP, Paula Santos.
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Relativas ao projeto de resolução n.º 1030/XII (3.ª) (BE):
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista absteve-se na votação do projeto de resolução n.º 1030/XII
(3.ª), da iniciativa do Grupo Parlamentar do BE, que pretende a revitalização da Linha do Vouga, entre
Espinho e Aveiro, por considerar que unicamente se justifica a revitalização da linha férrea do Vale do Vouga
no eixo urbano Espinho/Santa Maia da Feira/S. João da Madeira/Oliveira de Azeméis (ligação de 7 vilas e 4
cidades) e de Águeda a Aveiro.
A revitalização do troço ferroviário entre Oliveira de Azeméis e Espinho garante uma ligação fácil à linha
férrea do Norte. Esta por sua vez facilita a mobilidade e a coesão entre a região do Entre-Douro e Vouga e a
restante Área Metropolitana do Porto, onde as afinidades culturais, económicas e sociais são demais
evidentes. Esta infraestrutura de mobilidade das pessoas pode tornar-se numa linha de metro de superfície
num eixo urbano com mais 200 000 habitantes.
A revitalização do troço ferroviário entre Águeda e Aveiro facilita a mobilidade e a coesão entre a região
Aveiro-Águeda, onde as afinidades culturais, económicas e sociais são demais evidentes com esta
infraestrutura de mobilidade das pessoas, especialmente na deslocação de alunos da Universidade de Aveiro
e o polo de Águeda.
Quanto à revitalização do troço ferroviário entre Oliveira de Azeméis-Águeda, o Grupo Parlamentar do
Partido Socialista entende que o presente projeto de resolução não apresenta nenhuma fundamentação,
nenhum estudo, que explique e justifique o custo/benefício desse elevado investimento e daí a abstenção do
Grupo Parlamentar do PS.
Os Deputados do PS, António Cardoso — Pedro Nuno Santos — Rosa Maria Albernaz — Filipe Neto
Brandão.
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Relativas ao projeto de resolução n.º 1236/XII (4.ª) (PCP):
O projeto de resolução n.º 1236/XII (4.ª), intitulado Plano Imediato de Intervenção Económica e Social para
o Alentejo, do PCP, é muito evidente e compreensível como instrumento burocrático-partidário de afirmação
política do respetivo partido proponente, em vista da campanha eleitoral que vai ter lugar neste ano de 2015 a
propósito da próxima eleição da Assembleia da República, como o PS já sublinhou na discussão em
Comissão.
Evidentemente que cada partido tem o direito de desenvolver as suas estratégias políticas e deve ser
respeitado no tipo de afirmações que pretende realizar.
O projeto de resolução — como, aliás, afirma expressamente — mistura questões de política nacional,
regional e local, como que tendo de cumprir um ritual de tocar todas as capelinhas, o que, em vista do
propósito que anuncia, parece conferir-lhe desfocagem e retirar-lhe credibilidade e eficácia.
Neste projeto de resolução, temos, por um lado, que uma iniciativa parlamentar que consiste em mais ou
menos piedosas recomendações ao Governo, no sentido de este desenvolver as políticas que o PCP entende,
esbarra logo em três contradições — primeira, a um mês de findar o mandato legislativo não tem qualquer
viabilidade no plano prático; segunda, como recomendação de ações do Governo parece inculcar a ideia de
que o mesmo irá continuar o seu mandato, o que nos merece a maior crítica; terceiro, no quadro da
Constituição, não tem qualquer efeito mandatório para o Governo.