I SÉRIE — NÚMERO 109
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também cego e contrário aos interesses da Europa, numa visão aberta, correta e compreensiva, conforme ao
lema da União Europeia: In varietate concórdia (Unida na Diversidade).
A 10 de junho passado, um conjunto de prestigiados professores universitários de distintas Faculdades de
Letras do País tomou posição coletiva pública e formulou um apelo eloquente ao Presidente da República no
sentido de que não dê sequência ao processo, deixando-o para o seu sucessor e permitindo, desse modo, um
amplo debate nacional sobre a questão.
A ratificação, na verdade, não tem qualquer pressa, uma vez que o Reino Unido (sem cuja ratificação nada
entrará em vigor) já fez saber que só se ocupará do assunto depois do referendo britânico sobre a União
Europeia, ou seja, o mais cedo em 2018. Este facto cobriu, ainda mais, de vergonha e de ridículo a
precipitação maioritária da Assembleia da República, quando, fazendo gato-sapato de procedimentos
parlamentares relevantes que estavam em curso, forçou a votação em 10 de abril, a fim de abreviar e
amordaçar o devido tratamento parlamentar sério das questões envolvidas e a audição, em devida forma, dos
que são mais conhecedores.
Por isso, o caminho certo, agora, era o de aprovar este projeto de resolução e, no seu desenvolvimento,
retirar Portugal da rota por onde se descarrilou.
Uma última palavra, ainda, para estranhar e criticar a posição de abstenção da bancada do Partido
Socialista. Tal como fizera já a 10 de abril, o PS mostrou uma vez mais não ser carne, nem peixe. É
importante que o PS se defina: ou continua na linha Sócrates ou muda de orientação. Não pode continuar a
meia haste.
Quando estão em causa interesses nacionais fundamentais, fica muito mal ao PS andar a meia nau. Ou é a
favor, ou é contra — a abstenção é apenas uma forma de ser efetivamente a favor de quem nos lesa, tentando
fingir o contrário.
O Deputado do CDS-PP, José Ribeiro e Castro.
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Relativa ao projeto de resolução n.º 1568/XII (4.ª) (PCP):
Embora reconhecendo a importância da construção do novo hospital de Évora, o projeto de resolução do
PCP apenas se justifica pelo aproximar das eleições legislativas, tanto mais que o Ministro da Saúde já
reafirmou que a construção do hospital seria prioritária no novo Quadro Comunitário de Apoio.
Por outro lado, o PCP esquece as dívidas do hospital pagas pelo Governo, o aumento de capital e os
investimentos verificados que permitiram a abertura de mais valências e um melhor atendimento aos doentes.
O Deputado do PSD, Pedro Lynce.
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Relativa ao projeto de resolução n.º 1539/XII (4.ª) (PSD e CDS-PP):
O Deputado António Alves Cardoso, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, votou favoravelmente na
votação do projeto de resolução n.º 1539/XII (4.ª), da iniciativa do Grupo Parlamentar do PSD/CDS, que
recomenda ao Governo a manutenção da Unidade de Saúde de Mozelos e a contratação de dois médicos em
falta, por considerar serem gravíssimas as condições de funcionamento da Unidade de Saúde de Mozelos.
Porém, apresenta a presente declaração de voto por considerar que a maioria PSD/CDS devia fazer um ato de
contrição e pedir desculpas aos utentes abrangidos pela presente unidade de saúde, visto esta situação se
verificar há vários anos e só agora a escassos 2 meses de eleições se lembrar das degradantes condições
existentes.
A situação torna-se mais grave, pois foi continuamente ignorada, apesar das frequentes queixas
apresentadas pelos utentes da Unidade de Saúde na Câmara Municipal, Assembleia Municipal, Assembleia de