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I SÉRIE — NÚMERO 1

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O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Almeida, o Sr. Deputado veio aqui falar de

aumento de impostos. É preciso descaramento para vir falar disso quando o seu Governo, o Governo do CDS

juntamente com o PSD, foi o Governo que mais aumentou impostos na história democrática do nosso País.

Aplausos do PCP e do BE.

Os senhores levaram a efeito um brutal aumento de IRS — num só ano a receita aumentou 35%. Mas

também aumentaram o IVA, o IMI, o imposto de selo, todos os impostos especiais de consumo. Os senhores

levaram a cabo o maior aumento de impostos de que há memória no nosso País, ao mesmo tempo que

diminuíram o IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas) e faziam uma reforma de IRC para

beneficiarem as grandes empresas e o grande capital. E é esta a natureza da vossa política. Ao mesmo tempo

que esmagavam os contribuintes do 1.º escalão, aqueles que têm um rendimento anual de 7000 €, 500 € por

mês, aumentando-lhes a taxa de imposto de 12,5% para 14,5%, faziam uma reforma de IRC para beneficiar o

grande capital. Foi isto que os senhores fizeram e queriam continuar a fazer se, em boa hora, não tivessem sido

apeados do Governo com o contributo do PCP e muito nos orgulhamos disso.

Aplausos do PCP.

A derrota do Governo do CDS e do PSD permitiu abrir um processo de reposição de direitos e rendimentos

e também na área fiscal. Este ano já se reverteu a sobretaxa que os senhores tinham introduzido. Este ano,

para a maioria dos contribuintes, e a partir do dia 1 de janeiro de 2017, para todos os contribuintes, acaba a

famigerada sobretaxa de IRS. Por proposta do PCP reduziu-se a taxa máxima de IMI de 0,5% para 0,45%.

Estes, Sr. Deputado, foram os primeiros passos.

É preciso dar mais espaço, é preciso continuar a aliviar de impostos os trabalhadores, os reformados, os

pensionistas, as famílias, os micro e pequenos empresários, ao mesmo tempo que é necessário tributar de forma

mais adequada os grandes grupos económicos, as grandes empresas e as grandes fortunas. É é nisto, Sr.

Deputado João Almeida, que o PCP está empenhado.

Pergunto: o que é que o CDS gostaria de fazer? Gostaria de continuar a esmagar os trabalhadores e o povo

português com impostos? O CDS-PP não tem medo que se reverta o saque fiscal que os senhores fizeram

quando estiveram no Governo? É isso que preocupa o CDS, que o saque fiscal que os senhores dirigiram contra

os trabalhadores e o povo possa agora ser revertido. É isso que os move.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Paulo Sá, o que é que nós

queremos? Refiro uma ideia muito importante relativamente a tributação: queríamos, por exemplo, que as

isenções em sede de IMI não beneficiassem quem tem patrimónios avultados e prejudicassem os trabalhadores

e o povo. Portanto, a pergunta que faço ao PCP é se o PCP acha que os partidos políticos também devem pagar

IMI para que os trabalhadores e o povo paguem menos. É interessante.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — E já agora pergunto-lhe, também, se já sabe se o imposto sobre

o património que o Bloco de Esquerda combinou com o PS se aplica ou não a partidos políticos, porque nós

estamos muito curiosos sobre essa solução.

Aplausos do CDS e de alguns Deputados do PSD.

Protestos do PCP.