I SÉRIE — NÚMERO 1
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A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não foi isso que eu disse!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ora, quando para o CDS esta é a classe média nós percebemos por que
é que o CDS-PP não percebe quando nós damos mais rendimentos a quem é verdadeiramente pobre no nosso
País. Isto é diferente da consciência social do CDS de que justiça social e fiscal é poupar impostos a quem tem
fortunas imobiliárias.
Aplausos do BE e do PCP.
Essa é que é a nossa diferença e essa é que é a incompreensão do CDS.
Para nós, Sr. Deputado, o que é natural numa democracia como Portugal, que tem uma enorme
desigualdade, é que os mais ricos paguem mais impostos e não aquilo que aconteceu quando o CDS estava no
Governo em que aumentaram os milionários no nosso País ao mesmo tempo que a pobreza disparava. É a
vergonha do legado do CDS o disparar da pobreza quando nós tínhamos dezenas de milhares de fortunas por
ano, fruto da desigualdade promovida pelo CDS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Já ultrapassou o seu tempo, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Sr. Deputado, tenho memória — é coisa que, às vezes, no CDS não existe — e lembro-me que quando foi
criada a sobretaxa de IRS o Sr. Deputado dizia que não era aceitável, que havia alternativas. Mas quando foi
para o Governo logo se calou com as suas contestações. Mas, Sr. Deputado, pergunto-lhe: não está orgulhoso
por nós demonstrarmos agora que há alternativa e que, a partir de 1 de janeiro de 2017, vai acabar a sobretaxa
de IRS para todos os contribuintes?
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe para concluir.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É porque essa é que é realmente a diferença e a frontalidade na política:
nós prometemos e fazemos, não temos as lágrimas de crocodilo do CDS.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Almeida.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, a sua
intervenção é, de facto, extraordinária e permite uma série de comentários interessantes sobre a memória, a
demagogia e a coerência.
O CDS, na oposição, defendia o descongelamento das pensões mínimas sociais e rurais que o Partido
Socialista congelou quando governava; o Bloco de Esquerda também defendia.
Quando o CDS foi para o Governo as pensões mínimas sociais e rurais foram descongeladas. O Bloco de
Esquerda, quando o CDS estava no governo, dizia que essas pensões deveriam aumentar 25 €.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
Quando o Bloco de Esquerda passou a apoiar o Governo do Partido Socialista meteram a proposta na gaveta
e nem 1 € aumentaram às pensões que diziam que tinham de aumentar 25 €.
Aplausos do CDS-PP.
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.