O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

16 DE SETEMBRO DE 2016

9

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sr. Deputado João Almeida, era ou não possível hoje não estarmos

a discutir qualquer aumento de impostos e o País continuar a crescer como cresceu no ano passado?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Leitão Amaro, agradeço-

lhe as questões que colocou.

Começando pela última, respondo-lhe que era possível. Era possível se o caminho tivesse sido um caminho

mais autêntico e mais prudente. É verdade que há custo político por seguir um caminho mais prudente, é óbvio

que quem promete tudo a todos ao mesmo tempo é mais popular. O problema é que a popularidade é efémera

e as consequências económicas e sociais desse populismo não são efémeras, ficam, e esse é o problema da

governação do Partido Socialista.

Como disse há pouco, nós nunca tivemos uma divergência sobre devolução de rendimento. Nós tivemos e

tínhamos divergência sobre ritmos de devolução de rendimento e sustentabilidade de devolução de rendimento.

Ainda há pouco quando o Sr. Deputado António Leitão Amaro falava de mais um imposto, o Sr. Deputado João

Galamba, gritava: «É mais um e menos um». Pois é! Os senhores andam a brincar ao sistema fiscal porque não

conseguem o efeito que deviam conseguir, que era o de a economia gerar o suficiente para que a redução de

um imposto não tivesse que implicar a criação de outro, Sr. Deputado. É exatamente isso.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. João Galamba (PS): — Está no programa do PS.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É que devolver rendimento não é acabar com uma sobretaxa

de IRS e inventar uma nova taxa de património mobiliário e outra nova taxa de património imobiliário! Isso não

é devolver rendimento, isso é brincar com as pessoas, brincar com o sistema fiscal e, provavelmente, reduzir a

justiça fiscal. Numa situação em que num imposto sobre o trabalho era perfeitamente visível quem é que estava

a contribuir, num momento excecional e num País em que a esmagadora maioria da população tem propriedade

própria, designadamente ao nível da habitação, esse é um ataque à natureza da propriedade, da poupança, da

passagem de rendimentos de família em família. Os senhores ignoram tudo isso em função de uma cegueira

ideológica.

O Sr. João Galamba (PS): — Trata-se de rendimento superior a 500 000 €!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Nós entendemos que o País não merece essa cegueira

ideológica.

Tem razão, Sr. Deputado Leitão Amaro: há uma alternativa e aí nós assumimos a responsabilidade. O País

tem de conhecer a alternativa — e isso começará já no Orçamento para 2017 —,…

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Como eu dizia, o País tem de conhecer a alternativa de quem

sabe como é que o País podia neste momento estar a gerar do ponto de vista económico o rendimento e o

crescimento suficientes para sustentar a devolução de rendimentos sem continuar a ir em dobro ao bolso dos

portugueses.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Sá.