I SÉRIE — NÚMERO 7
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Começo por responder, em concreto, às perguntas do Sr. Deputado António Sales. O Sr. Deputado quer falar
de pontos de partida? Eu não sei de quem são os gráficos que o senhor aqui apresentou,…
O Sr. António Sales (PS): — São do Instituto Nacional de Estatística (INE)!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — … mas, a avaliar pelos últimos que vi aqui do Sr. Primeiro-Ministro, só
mesmo verificando de quem são é que tenho a certeza das estatísticas.
O Sr. António Sales (PS): — São do INE!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — O Sr. Deputado veio falar de défice. Relativamente a défice — já o dissemos
ao Sr. Ministro na terça-feira —, acho que o senhor tem de saber uma coisa muito importante: quem fechou as
contas de 2015 foi o Sr. Ministro Adalberto.
O Sr. António Sales (PS): — De dois meses!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — As contas de dezembro de 2015, onde o Sr. Ministro Adalberto «enfia» —
entre aspas —, com mais 140 milhões de euros só da responsabilidade dele, são contas para o défice.
Mais uma coisa: o Sr. Deputado também ouviu o PSD referir ao Sr. Ministro que havia aquele mecanismo
estranho, sobre o qual fizemos várias perguntas a que ele nunca respondeu, que era o da antecipação de custos
do novo medicamento para a hepatite C. Está a ver? Tinha custos, mas para não aparecerem em 2015 passam
para 2016. É a mesma coisa para os proveitos…
Vozes do PSD: — É um truque!
Protestos da Deputada do PS Maria Antónia Almeida Santos.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — É um truque!
E a mesma coisa acontece para a transferência de proveitos: o acordo da Apifarma passa para janeiro, que
é para não ficar em dezembro.
Relativamente a pontos de partida, o Sr. Deputado quer falar de pontos de partida? Dívida total: em novembro
de 2015, 1220 milhões de euros; em julho de 2016 — nesta altura ainda não tínhamos os dados de agosto,
ainda não estavam disponíveis no portal —, a avaliar por esta dívida, 1500 milhões de euros, tal como eu disse
da tribuna.
O senhor não refuta nada disto que eu digo, pelo contrário. Aliás, nem somos só nós a dizer as coisas: hoje,
apareceu uma notícia em que o Sr. Dr. Correia de Campos — não sei se sabe quem é… —, um ex-Ministro
vosso, vem reconhecer a derrapagem nos compromissos da saúde. Reconhece-a, mas, à boa maneira
socialista, também não se preocupa muito com ela. O que o preocupa, veja lá!, é a «deriva centralizadora…»
deste Governo, «…que tudo engole, decapita gestores, desnerva os serviços.» Veja lá o que diz o Sr. Dr. Correia
de Campos!
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — E então?!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Para além disto, ainda temos um relatório que nos vem dizer exatamente o
contrário de tudo o que o Sr. Deputado António Sales afirma e também do que veio afirmar o Sr. Deputado
Moisés Ferrira, como, por exemplo, que a frota do INEM teve um aumento de 60 pontos percentuais, que o
número de isenções de pagamento de taxas moderadoras aumentou. E veja lá quem é que fez este relatório! O
Sr. Ministro Adalberto! É o Sr. Ministro Adalberto que vem destacar este balanço, que revela uma generalizada
melhoria da acessibilidade das pessoas aos cuidados e serviços de saúde. É o Sr. Ministro que diz que isto,
entre 2011 e 2015, melhorou. Veja lá, Sr. Deputado!