I SÉRIE — NÚMERO 7
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Sr.ª Deputada, parece que no Hospital de São José caíram tetos e que em Aveiro as urgências estão mal.
Também não a ouvi falar sobre isso!
Protestos do PS, do BE e do PCP.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — No ano passado os tetos estavam bons e agora caíram!
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Sr.ª Presidente, não gostam de ouvir.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem razão, Sr.ª Deputada.
Por favor, Sr.as e Srs. Deputados, criem condições para que se possa ouvir a Sr.ª Deputada assim como a
Sr.ª Deputada os ouviu aquando da colocação das questões.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Obrigada, Sr.ª Presidente.
Protestos do PS, do BE e do PCP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Faça favor de prosseguir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Muito obrigada, Sr.ª Presidente.
Saiu hoje uma notícia sobre uma suspensão do fundo para a investigação, no montante de 1 milhão de euros.
Vejam que era destinado a financiar atividades e projetos de investigação dirigidos à proteção, promoção e
melhoria da saúde das pessoas. Repito, 1 milhão de euros! Vejam lá, não ouvi ninguém! Não há bombos desta
vez, nem em lado algum se ouvem os senhores a reclamar coisa alguma.
Relativamente ao racionamento dos cuidados de saúde, às limitações do acesso, à instrumentalização e,
claro está, ao desmantelamento — e já fiz esta menção na Comissão de Saúde, mas nunca é demais repetir,
até para os portugueses, lá em casa, ouvirem —, já ouviu falar de «controleiro» das finanças? Parece que não
confiam nas contas do Sr. Ministro da Saúde e, agora, colocaram um senhor a tomar conta das contas. Deve
ser por isso que o Sr. Dr. Correia de Campos vem falar em decapitar gestores. Deve ser por isso! E não ouço a
Sr.ª Deputada dizer nada sobre isto!
Mas também não ouvi nada sobre aquela não-notícia, que o Sr. Ministro diz que é uma não-notícia, mas foi
a Sr.ª Presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, da ACSS, que afirmou que é melhor termos
um tutor para os doentes que abusam das urgências. E agora?! Agora já não há racionamento dos cuidados de
saúde, nem desmantelamento nenhum, nem qualquer limitação do acesso!
Sr.ª Deputada, quem a ouviu e quem a ouve!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma declaração política, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado
Eurico Brilhante Dias.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Num momento em que Portugal,
dentro de aproximadamente duas semanas, conhecerá a proposta de Orçamento do Estado é importante trazer
a esta Assembleia as perspetivas que se vão conhecendo para o ano de 2017 e de como, em 2016, foi possível
construir as bases sólidas para prosseguir o esforço de consolidação orçamental, num quadro de reposição de
rendimentos e de fomento do crescimento económico e do emprego.
Para o País, para os portugueses, é importante sublinhar que, apesar de todos os avisos de tormentas que
a oposição vai fazendo, as organizações internacionais, do FMI (Fundo Monetário Internacional) à OCDE
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), passando pela Comissão Europeia, esperam
para Portugal um ano de 2017 melhor do que este ano que ainda não findou.