30 DE SETEMBRO DE 2016
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Que dizer quanto ao investimento total? Relativamente a 2015, a queda é de 2,9%, Sr. Deputado. Estes são
os números! Mas comparemos com aquilo que acontecia nos primeiro e segundo trimestres de 2015, ao tempo
do Governo PSD/CDS: o investimento cresceu 8,9% e 5,9%, respetivamente. Volto a dizer: hoje, atualmente, no
segundo trimestre ou, melhor, no fim do primeiro semestre de 2016, que é o ano em que estamos, caiu 2,9%.
Por isso, «a bota não bate com a perdigota», perdoe-me a expressão, Sr. Deputado! Uma coisa é aquilo que
dizem, outra coisa é aquilo que, de facto, está a acontecer.
Que dizer em relação à procura interna, outro dos eixos que os senhores diziam ser decisivo?
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado, peço-lhe que conclua, pois beneficiou, claramente, de
uma distração da Mesa.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
No âmbito da procura interna, Sr. Deputado, também é óbvio que a execução está muito aquém daquilo que
os senhores estimaram, muito aquém, e, provavelmente, deve-se a algo que já aqui foi referido: os hospitais
agora contratam, mas não pagam. E só nos hospitais são mais de 250 milhões de euros,…
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — … que fazem falta aos fornecedores, que são as empresas.
Termino, Sr.ª Presidente, com uma pergunta.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Termine mesmo, Sr. Deputado.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Deputado, se tudo é assim tão positivo, por que é que para 2017, o
ano que tantas vezes referiu, os senhores não propõem uma baixa de impostos? Por que é que é preciso subir
os impostos em 2017?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Eurico Brilhante Dias.
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Emídio Guerreiro, agradeço as suas
perguntas, mas deixe-me dizer-lhe que falo sobre 2017 precisamente porque, e disse-o da tribuna, estamos a
duas semanas de ter aqui a entrega do nosso Orçamento do Estado para 2017 e, neste momento, é importante
olhar para o que dizem as instituições internacionais, particularmente numa altura em que já conhecem o
Programa de Estabilidade. E aquilo que, na verdade, elas vêm dizer é que se em 2016 vamos ter um crescimento
que estará em linha com aquilo que tem vindo a ser dito pelo Governo,…
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Inferior ao de 2015!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — … 2017 será melhor.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Isso é futurologia! Estamos em 2016!
O Sr. Eurico Brilhante Dias (PS): — Isto será surpreendente? Não é surpreendente, porque o Sr. Deputado
não quis ouvir com atenção aquilo que eu disse sobre a execução de fundos comunitários em 2016 e a forma
como os senhores deixaram a programação do Portugal 2020.
Os senhores continuam a querer falar de 2016 um bocadinho como procederam com aquilo a que eu chamo
«síndrome do Túnel do Marão». Os senhores usaram três verbos fundamentais, no que diz respeito a
investimento público, durante quatro anos: parar, congelar, bloquear. Uma das obras que bloquearam foi a do
Túnel do Marão, e fizeram-no em 2011, com mais custos para os contribuintes. Depois, em fim de festa,
executaram, a correr, o Túnel do Marão, felizmente para os transmontanos.