13 DE OUTUBRO DE 2016
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Sr. Presidente, permita-me realçar o empenhamento dos funcionários públicos destas entidades que, pela
sua eficácia e ação, permitiram estes bons resultados.
Foram, assim, celebrados protocolos entre todas aquelas entidades, aprovados previamente pela Comissão
Nacional de Proteção de Dados, face à especial exigência de respeito pelos dados pessoais.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. RenatoSampaio (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
A experiência deste modelo de atribuição de benefícios fiscais — e os resultados alcançados foram 8,5 vezes
maiores para a energia e 6,7 vezes maiores para o gás —, com a sua automaticidade, apresenta contornos de
sucesso tão claros e evidentes que tornam a sua transposição para o setor do fornecimento de outras
necessidades, como a água, uma clara mais-valia e, sobretudo, é um contributo enorme no combate às
desigualdades sociais, tornando-se numa iniciativa política que poderá estar ao alcance deste Governo. Assim
o entenda esta Câmara, tal como a bancada do Partido Socialista.
É necessário sensibilizar os municípios neste sentido. Acreditamos nos municípios portugueses e nos nossos
autarcas que, conscientes das dificuldades das famílias que pertencem aos seus territórios e que necessitam
de apoios sociais, acederão a esta tarifa, contribuindo, assim, para o desenvolvimento de políticas sociais
municipais mais efetivas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Álvaro
Castello-Branco, do CDS-PP.
O Sr. ÁlvaroCastello-Branco (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A iniciativa do Bloco de
Esquerda que hoje aqui discutimos visa que o Governo disponibilize às entidades competentes — municipais,
intermunicipais e multimunicipais — o mecanismo para atribuição automática das tarifas sociais da energia
quanto às tarifas sociais da água.
Quero referir que a tarifa social de fornecimento de energia elétrica e de gás teve como objetivo, no âmbito
do processo de liberalização do setor energético e de proteção dos consumidores, garantir o acesso a todos os
consumidores ao serviço essencial de fornecimento de energia elétrica, independentemente do seu prestador,
a aplicar a clientes finais economicamente vulneráveis.
Ora, desde a criação da medida que o seu âmbito foi sempre alargado, beneficiando as famílias mais
carenciadas para a utilização deste serviço público essencial.
Não temos dúvida de que tamanha prestação de serviços de abastecimento de água e de saneamento, de
forma segura, fiável, fisicamente acessível economicamente e aceitável, é fundamental para a saúde pública e
para o desenvolvimento socioeconómico das populações de modo sustentável.
Compete, obviamente, ao Estado, como responsável último, assegurar o acesso universal a este serviço a
toda a população, eliminando qualquer desigualdade ou discriminação.
Neste sentido, o anterior Governo, seguindo as várias recomendações da ERSAR, implementou importantes
reformas estruturais no setor das águas de modo a racionalizar e tornar eficiente este setor.
Assim, Srs. Deputados, o que efetivamente se pretendeu fazer foi atingir um ponto de equilíbrio do ponto de
vista económico e financeiro dos sistemas e possibilitar uma maior uniformização das tarifas a preços mais
acessíveis para toda a população, em conjunto com os municípios.
O que pretendíamos era uma uniformização dos preços da água e saneamento para toda a população
portuguesa, nomeadamente equilibrando os preços praticados no litoral e no interior e tendo em atenção as
famílias mais carenciadas.
Assim, foram reduzidos muitos custos operacionais de estrutura e foi possível uma maior racionalização de
meios.
O que o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista fizeram foi reverter esta reforma e o
nosso receio é o de que isso custe caro, nomeadamente no preço da água a pagar pelas populações, e que,
consequentemente, a tarifa social da água também sofra com isto.