5 DE NOVEMBRO DE 2016
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não teriam sido possíveis. O milhão de votos à esquerda do Partido Socialista, essa exigência máxima que se
fez sentir nas eleições de outubro de 2015, sabe que tem aqui resultados do seu empenho.
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de concluir, Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Concluo, Sr. Presidente.
Falta um novo impulso na política fiscal, para maior justiça, falta o investimento necessário à qualificação dos
serviços públicos e a um investimento para uma nova estratégia que combata a dependência externa e o
aquecimento global e que crie emprego, que é o que o País mais precisa.
O debate orçamental continuará e convoca o sentido de fundo das nossas opções. No Bloco de Esquerda
não abdicamos de um caminho que liberte o País da chantagem e seremos, em cada momento, a garantia de
que este Orçamento recupera rendimentos e recupera dignidade.
Aplausos do BE.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Carlos César, do Grupo Parlamentar do PS.
O Sr. Carlos César (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs.
Membros do Governo: Votaremos, seguidamente, as propostas do Governo das Grandes Opções do Plano e
de Orçamento do Estado para 2017.
Sendo o Orçamento um instrumento fundamental da política do Governo, todos são chamados a contribuir e
todos serão destinatários do seu cumprimento. Daí a disponibilidade do Grupo Parlamentar do PS para acolher
propostas, quer dos partidos com assento parlamentar, quer dos parceiros sociais, que melhorem os seus
conteúdos, acautelem o seu equilíbrio e respeitem as suas orientações essenciais.
Tal como o Orçamento do Estado para o corrente ano, trata-se de uma proposta que convoca e envolve os
partidos que apoiaram a investidura do Governo, atentas as suas diferenças e as suas sensibilidades.
Esta diversidade tem sido, justamente, um fator de valorização das opções e da orientação governativa e,
simultaneamente, uma demonstração continuada de que é possível construir e manter uma alternativa de
Governo com sobejas provas de estabilidade, benefícios e de sentido de responsabilidade.
Essa vivência, aliás, tem proporcionado um escrutínio político benéfico e construtivo da ação governativa.
Uma vivência que contrasta com as oposições tão-somente negativas e destrutivas, desenvolvidas pelo PSD e
pelo CDS, agora estimuladas pela competição fratricida entre os dois partidos e pelas divergências dentro do
maior partido da oposição, divergências essas que questionam a sua orientação radical.
Aplausos do PS.
Este é mais um Orçamento de mudança, um Orçamento que ajuda as famílias, que não esquece os seus
jovens e os seus idosos, que ajuda as empresas, que cumpre com as leis de finanças regionais e locais e que
se empenha na defesa da autonomia do País, da competitividade da sua economia e da sustentabilidade de
sistemas públicos, como o da segurança social, e na procura da defesa dos direitos e dos interesses dos
portugueses.
É isso que nos interessa, é isso que nos move: o bem dos portugueses, o sucesso de Portugal!
Aplausos do PS.
A discussão que nos tem ocupado, nestes últimos dias, à volta da proposta de Orçamento do Estado, tem
evidenciado um comportamento reincidente da oposição: ou, sobre quase tudo, diz quase nada, ou, sobre nada,
é capaz de dizer quase tudo.
Aplausos do PS.