I SÉRIE — NÚMERO 21
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Manuel Rodrigues (PSD): — Portanto, neste sentido, entendemos que tudo aquilo que sejam políticas
mais arriscadas e menos prudentes, que não maximizem a relação entre retorno e risco, são totalmente
inaceitáveis, dado o facto de se tratar da maior reserva dos pensionistas portugueses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Passamos para a discussão do artigo 80.º — Transferências para políticas ativas de
emprego e formação profissional.
Tem a palavra para uma intervenção a Sr.ª Deputada Carla Barros, do Grupo Parlamentar do PSD.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, a discussão
do artigo 80.º é um bom momento para o Governo poder falar do investimento nas medidas ativas de emprego
e formação profissional. É um bom momento para o Governo poder vir explicar aos empresários e aos
desempregados o seu desinvestimento, o seu corte de 158,1 milhões de euros em ações de formação
profissional.
Mas é também este o momento, Srs. Membros do Governo, de poderem explicar ao País os últimos dados
do Instituto do Emprego e Formação Profissional sobre a queda brutal das ofertas de emprego e das colocações
relativamente ao mês homólogo, outubro de 2015. Os senhores têm de explicar ao País como é que justificam
termos de recuar 32 anos, termos de recuar ao ano de 1984 — tempo em que estava no País o FMI — para
podermos explicar esta queda brutal na criação de emprego.
Os senhores têm de explicar ao País como é que as ofertas de emprego caíram 42% e as colocações caíram
44%.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Só se caíram de alguma secretária!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, como podemos caminhar com um orçamento de
combate à precariedade se não estamos focados na criação de emprego?!
Aplausos do PSD.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, passamos à discussão da proposta de aditamento de
um artigo 80.º-A — Reforço dos meios da Autoridade para as Condições do Trabalho, apresentada pelo PCP.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, o PCP
apresentou um conjunto de matérias relativamente ao combate à precariedade e esta, em concreto, sobre o
reforço de meios de inspetores e técnicos superiores para a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).
O anterior Governo PSD/CDS-PP teve o mérito de colocar a ACT num ponto de inércia deliberado. O anterior
Governo — e estranho é que não esteja aqui o anterior Ministro Mota Soares —, várias vezes confrontado com
esta proposta do PCP, sempre disse que não havia disponibilidade, tendo-se chegado ao ponto de, em 2014,
existirem, na ACT, apenas 308 inspetores. Ou seja, Srs. Deputados, nem sequer existia um inspetor por cada
município do País. E isto, claramente, o patronato agradecia ao PSD e ao CDS-PP e garantia, nos locais de
trabalho de todos os dias, o incumprimento da lei e o desrespeito pelos direitos dos trabalhadores.
Invertendo este caminho e garantindo a eficácia da intervenção sancionatória e fiscalizadora da ACT,
propomos o reforço dos seus meios, a abertura de concurso para a contratação de inspetores e técnicos
superiores, garantindo eficazmente a fiscalização e o cumprimento da lei.