I SÉRIE — NÚMERO 21
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e responde a necessidades priorizadas pelas próprias autarquias. Estamos juntos a tirar essas prioridades do
papel para que as obras efetivamente se façam.
A alteração que o Grupo Parlamentar do PS propõe ao artigo 71.º melhora a proposta de lei de Orçamento,
ao facilitar esse esforço, determinando que certas obrigações previstas na Lei n.º 43/2012, que cria o Programa
de Apoio à Economia Local, não prejudiquem, antes alarguem, a participação dos municípios nos acordos de
modernização das escolas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, passamos, agora, à proposta de um novo artigo 74.º-A — Participação
dos municípios na receita do IVA, apresentada pelo PSD.
Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Emília Santos.
A Sr.ª Emília Santos (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Hoje é
muito claro para todos, sobretudo para o PSD, que um Estado inteligente é aquele que procura alargar as
competências do poder local, sabendo descentralizar, Sr. Secretário de Estado. Até porque está provado até à
exaustão que os autarcas prestam um melhor serviço à população a menores custos para o erário público.
Mas também é claro que nunca haverá verdadeira descentralização sem o correspondente reforço financeiro.
É que os autarcas conseguem fazer mais com menos mas não conseguem fazer muito com nada. E é neste
pressuposto que o PSD propõe um conjunto de medidas, em matéria de descentralização, acompanhadas de
um outro conjunto de propostas que materializam a necessária transferência de recursos e correspondente
envelope financeiro para as autarquias, de que é exemplo a proposta de aditamento a este artigo 74.º.
Propomos, a título de exemplo, a participação dos municípios na receita do IVA para financiar o reforço de
competências, o que nos parece um complemento justo aos dinheiros municipais, mas também propomos,
porque se impõe, uma mudança no regime geral das taxas das autarquias locais, para o tornar mais eficiente
para o poder local e mais claro para os cidadãos, e impõe-se também o alargamento gradual a todo o território
nacional do programa Aproximar, vertido nos serviços de proximidade prestados, por exemplo, pelas Lojas do
Cidadão e pelos Espaços do Cidadão.
Finalmente, e também exemplificando algumas das medidas que o PSD quer ver contempladas neste
Orçamento para 2017, defendemos a possibilidade de criação de centros de serviço partilhados e valor
acrescentado, que ajudem os municípios a poupar nos seus gastos.
Termino, Sr. Presidente, com um aviso às bancadas da esquerda: se descentralizar para o poder local é um
sinal de inteligência, descentralizar sem financiar é fraude política. Por isso, esperamos que levem em boa conta
estas propostas do PSD e não se fiquem no plano das intenções.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Ainda no âmbito da discussão do artigo 74.º-A, tem a palavra a Sr.ª Deputada Hortense
Martins, do Grupo Parlamentar do PS.
A Sr.ª Hortense Martins (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Em
princípios como a transparência e princípios gerais definidores de taxas estaremos todos de acordo e o PSD
apresenta duas propostas nessa matéria. Mas relativamente a questões de grande relevância, como aqui temos
discutido, que dizem respeito a uma verdadeira descentralização e que têm em conta uma descentralização
para maior eficiência e maior execução e transferência de meios para as autarquias, aí o PSD não faz bem, está
errado na forma como pretende executar estes pontos.
É claro que esta transferência de competências, associada à transferência de meios que temos no nosso
Programa do Governo, é algo que está inscrito no primeiro ponto e com o qual concordamos. Mas, depois,
quando o pretendem fazer, pretendem fazê-lo à custa da coesão territorial, à custa dos municípios do interior,
sem olhar ao nosso território, sem olhar aos tais territórios de baixa densidade de que tanto falam alguns Srs.
Deputados.