I SÉRIE — NÚMERO 32
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de forma continuada o seu desempenho em PISA desde 2000’. Ou, como resumiram os relatores internacionais:
‘Entre os países da OCDE, Portugal tem melhorado mais de sete pontos a cada três anos, em média.’
Estando em causa um esforço de décadas — um esforço coletivo das comunidades escolares e das
comunidades educativas onde as escolas se inserem —, qualquer tentação de apropriação particular destes
resultados é inadequada. Os estudos, embora não considerem todas as áreas curriculares, evidenciam a
relevância do trabalho de toda a comunidade educativa na prossecução dessa enorme tarefa de democratizar
o saber, cuja possibilidade foi aberta pela revolução de 25 de Abril de 1974. As políticas públicas de educação,
prosseguidas durante décadas, foram essenciais na construção destes resultados. Aí, cabe sublinhar, a título
de exemplo, o alargamento do pré-escolar; o Plano de Ação para a Matemática; o Plano Nacional de Leitura; a
aposta na Educação para a Cidadania, na Área de Projeto, no Estudo Acompanhado, nas provas de aferição; o
investimento no parque escolar, o investimento no equipamento das escolas. Todos os que apostaram no reforço
da escola pública contribuíram, de uma ou de outra maneira, para os resultados que agora merecem a nossa
congratulação como comunidade nacional.
Estes estudos, sendo instrumentos de avaliação, mas não de seriação ou seleção de alunos, são contributos
importantes para o progresso da educação em Portugal.
Estes resultados, sendo encorajadores, obrigam a que reforcemos a atenção aos problemas que continuam
por resolver, muitas vezes ligados ao atraso estrutural das qualificações. Exemplo importante desses motivos
de preocupação é a prevalência de taxas de retenção demasiado elevadas. Importa, pois, não apenas sermos
encorajados pelos aspetos positivos dos estudos, mas também sermos levados a agir com determinação para
que os benefícios dos progressos educativos cheguem a todos. Importa atender às recomendações contidas
nestes estudos, para que as políticas públicas continuem a dar o seu contributo para a prossecução determinada
do objetivo de mais e melhores aprendizagens para todos, para todas as gerações.
A Assembleia da República, congratulando-se com a confirmação da tendência longa de melhoria da
qualidade da educação em Portugal, saúda e incentiva à continuação do bom trabalho de todos quantos, ao
longo dos anos, têm vindo a criar condições para estes resultados: alunos, professores, técnicos, assistentes
operacionais, famílias, investigadores, responsáveis políticos e serviços ao nível central e ao nível local.»
O Sr. Presidente: — Vamos proceder à votação deste voto.
Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do BE, do CDS-PP e do PAN e abstenções do
PSD, do PCP e de Os Verdes.
Votamos agora o projeto de resolução n.º 582/XIII (2.ª) — Participação pública para a estratégia nacional e
para o plano de ação de combate ao desperdício alimentar (Os Verdes).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Vamos votar o projeto de resolução n.º 583/XIII (2.ª) — Diagnóstico sobre o desperdício alimentar em
Portugal (Os Verdes).
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Vamos proceder à votação, na generalidade, do projeto de lei n.º 266/XIII (1.ª) — Estabelece o regime legal
aplicável à doação de géneros alimentares para fins de solidariedade social, por forma a combater a fome e o
desperdício alimentar em Portugal (PAN).
Submetido à votação, foi rejeitado, com votos contra do PSD, do PS, do BE, do CDS-PP, do PCP e de Os
Verdes e voto a favor do PAN.
Passamos à votação do projeto de resolução n.o 576/XIII (2.ª) — Recomenda ao Governo, no âmbito da
Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, que promova a divulgação e replicação do modelo