I SÉRIE — NÚMERO 33
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Posso referir aqui várias dificuldades. A saber: em primeiro lugar, forte fragmentação e heterogeneidade dos
operadores; em segundo lugar, enorme disparidade das tarifas praticadas nas diversas regiões do País; e, em
terceiro lugar, elevadas perdas de água, que rondam, em média, 40% da água fornecida.
De facto, todos os dias, Sr.as e Srs. Deputados, se desperdiça, em Portugal, um imenso rio de água.
Para resolver este problema, que compete sobretudo aos municípios, é necessário apoiar o investimento e,
ao mesmo tempo, promover a cooperação intermunicipal e a agregação dos sistemas.
Quanto ao modo de gestão, compete a cada um dos municípios decidir em cada caso, pois nós prezamos
muito o princípio constitucional da autonomia municipal.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Em qualquer circunstância, consideramos que o fator essencial para que
estes sistemas funcionem bem é garantir a sua sustentabilidade económico-financeira e também social. Isto
porque não há nada mais prejudicial para o consumidor do que a má gestão que põe em causa a qualidade e a
subsistência dos serviços públicos.
Em boa verdade, podemos reclamar que os sistemas devem ser obrigatoriamente públicos. Mas de que vale
isso se, porventura, não funcionarem?!
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Deputado.
O Sr. Manuel Frexes (PSD): — Termino, Sr. Presidente, dizendo que o acesso à água e ao saneamento,
enquanto direitos humanos, implica uma boa governação, que é bem mais que uma mera gestão, e requer a
defesa da sua sustentabilidade, sem preconceitos e com a consciência de que partilhamos um bem comum, de
todos os cidadãos.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Álvaro Castello-Branco.
O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo por
cumprimentar os signatários da petição aqui em discussão, petição com a qual discordamos, porque tem por
base uma questão ideológica, com a qual não concordamos e não defendemos: tudo o que é privado é nocivo
e tudo o que é público só tem virtualidades. Ou seja, é o princípio marxista das nacionalizações e do monopólio
de Estado passado à prática pelo bloco soviético durante o princípio e meados do século XX,…
Protestos e risos do PS, do BE e do PCP.
… e, diga-se, Srs. Deputados, com péssimo resultado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tem de estudar mais, Sr. Deputado!
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente: — Peço aos Srs. Deputados que criem condições para que o orador possa continuar.
Protestos do PCP e do BE.
O Sr. Álvaro Castello-Branco (CDS-PP): — Sr. Presidente, continua a notar-se o pendor soviético das
bancadas de esquerda.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.