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6 DE JANEIRO DE 2017

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Foi com algum agrado que verifiquei que falou de temas como o défice, a escola pública, a emigração, as

relações laborais e o ensino superior. Isso são verdadeiramente temas que dizem muito à vida dos portugueses

e, em particular, à vida dos jovens portugueses.

Mas, Sr. Deputado, é com enorme desagrado que o oiço consecutivamente falar, com uma tónica exagerada,

no passado. E porquê? Por que é que não o oiço falar em temas mais atuais como, por exemplo, o das escolas

que estão fechadas por falta de funcionários?

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Por que é que não o oiço falar do aumento do indexante de apoios

sociais, que permitiram, na Legislatura anterior, que mais 5000 ou 6000 jovens fossem incluídos na rede de

ação social escolar?

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Por que é que não fala dos 25 000 jovens que, ao fim de mais de

1 ano, passaram o Natal à espera de saber se terão ou não direito a bolsa de ação social escolar no ensino

superior? Por que é que não fala do facto de 2016 ter sido o primeiro ano sem atribuição de qualquer bolsa de

investigação pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT)?

E, já agora, pergunto-lhe: já que falou de precariedade, por que é que não fala dos professores que têm sido

contratados pelas universidades sem auferir qualquer rendimento no final do mês?

E continuo: por que é que não fala na diminuição brutal do número de estágios que têm sido aprovados, ou

não, para os jovens portugueses pelo IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional)? E por que é que

não fala da proposta do Partido Social Democrata para a inclusão de jovens em sede de concertação social?

Mais ainda: por que é que não fala na redução, para metade, que o seu Governo levou a cabo em sede de

incentivos à contratação jovem?

E por que é que não fala naquilo que tem sido a sucessiva redução de 2002 a 2015, particularmente, em

sede de emigração jovem permanente?

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou em mais de 50% o seu tempo. Tem mesmo de terminar.

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr. Deputado, termino dizendo o seguinte: talvez seja por

concordar com o seu antecessor que dizia algures, numa entrevista, que a Juventude Socialista não devia

discordar do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, devia ser sempre conivente com a palavra do seu partido.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, tem mesmo de terminar.

O Sr. Cristóvão Simão Ribeiro (PSD): — Sr. Deputado — e agora, sim, para terminar, Sr. Presidente — por

que é que insiste em falar do passado quando a sua obrigação é precisamente trabalhar e construir o futuro?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Ivan Gonçalves, em primeiro lugar,

em nome do Grupo Parlamentar do PCP, gostaria de o saudar pela sua eleição para Secretário-Geral da JS.

O Sr. Deputado trouxe, na declaração política, os problemas da juventude. Ora, os problemas da juventude

são os problemas do País, porque os problemas do País são os problemas da juventude e é preciso, de forma

importante e determinada, responder a esses problemas. Problemas que não começaram em 2015, nem em

2011, são o resultado de opções políticas de sucessivos governos e que resultaram no desperdício da geração

mais qualificada de sempre e que seria determinante para o desenvolvimento do País.