18 DE JANEIRO DE 2017
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Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Em rigor, o senhor perdeu eleições — já agora, com 32% —, e ainda
não se habitou que, para fazer passar as suas propostas, convém perceber antecipadamente que apoios é que
tem para elas.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Portanto, Sr. Primeiro-Ministro, o que fica demonstrado é que o
senhor não tem uma maioria estável, não tem uma maioria credível, não tem uma maioria duradoura e que
vamos assistir a mais episódios como este. O Sr. Primeiro-Ministro, em rigor, não tem condições para estar aí.
Protestos do Deputado do PS Filipe Neto Brandão.
Mas deixe-me dizer-lhe ainda uma coisa a propósito desta matéria. O CDS votou contra uma medida parecida
com esta em 2016, votou contra porque é contra o financiamento de uma descida da TSU com base na
segurança social.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Votou contra?! Ainda no ano passado apresentaram essa proposta! Que aldrabice!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Votou contra, sim senhor! Sr.ª Deputada, votou contra.
Protestos do PCP.
Porém, o CDS não contribuirá, como o Governo quer, para desvalorizar a concertação social. Entendemos
que a concertação social é importante, é relevante, é um pilar da nossa democracia. Portanto, se o senhor não
está preocupado em reequilibrar este acordo ferido ainda antes de ser assinado — o que fica como a sua maior
vergonha —, posso garantir-lhe que o CDS apresentará propostas nesta Câmara, em relação às quais estou
para ver como é que o Partido Socialista vai votar, para garantir pelo menos algum reequilíbrio para as IPSS
(instituições particulares de solidariedade social), para as pequenas e médias empresas, que têm de suportar
estes custos do aumento do salário mínimo.
Anuncio já hoje, nesta Câmara, que apresentaremos certamente uma medida de prolongamento dos 0,75%
que já existiam e que existem até ao final deste mês, porém, totalmente suportados pelo Orçamento do Estado.
Estou para ver, em relação a esta e a outras medidas que aqui apresentaremos, como é que a Câmara se vai
comportar.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O CDS já roeu a corda!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, pedia que respondesse a esta matéria, mas
gostaria ainda de referir um outro assunto que tem a ver com a dívida. O Sr. Primeiro-Ministro falou-nos aqui do
défice, vangloriou-se com o défice, até se vangloria de ir além da Comissão Europeia — oh, meu Deus!…
Protestos do PS.
Depois de nos terem criticado porque íamos além da troica, agora vão além da Comissão Europeia e ficam
felizes da vida.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É verdade!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — A minha pergunta é esta: por que é que não nos fala da dívida? Em
quanto é que ficou a dívida em 2016?