20 DE JANEIRO DE 2017
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Sr. Ministro, na mesma página 32, vemos que o senhor ordena que se reduzam os custos com o pessoal
através da promoção da mobilidade dos profissionais de saúde. O senhor quer cortar no pessoal, Sr. Ministro?
E como é que compatibiliza essas medidas com as reversões remuneratórias e as progressões nas carreiras?
Gostava que nos explicasse estas medidas e, já agora, que explicasse, também, aos seus apoiantes da
esquerda radical como é que vai cortar no pessoal.
Vozes do PS: — Radical?!
O Sr. Luís Vales (PSD): — Para terminar, o Sr. Ministro disse que existem 4000 novos profissionais de saúde
no SNS.
Faço-lhe uma pergunta muito simples: quantos novos enfermeiros é que o senhor contratou? Não falo de
renovações de contratos ou de substituições, mas, sim, de novos enfermeiros que entraram para o sistema.
E quantos médicos novos é que também entraram, Sr. Ministro? Também não são novas colocações, mas
sim médicos novos no SNS. Quantos é que foram colocados, Sr. Ministro?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde.
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr. Deputado, em primeiro lugar, a minha referência a consultar
a Internet é apenas um ato de modernidade, orientado para um sistema mais «Simplex».
Aplausos do PS.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Não é esse o ponto!
O Sr. Ministro da Saúde: — Acredite que visito e obtenho, a partir da Internet, muita informação.
Sr. Deputado, vou responder agora às questões diretas que me coloca. A orientação sobre os suplementos
remuneratórios e prestações de serviços é um conjunto de duas rubricas que devem tender para a neutralidade
e o que foi dito aos hospitais pela ACSS (Administração Central do Sistema de Saúde) — reparei que era esse
o papel que o Sr. Deputado tinha na mão — foi que, à medida que forem repostas as horas extraordinárias aos
profissionais de saúde, os hospitais estão obrigados a deixar de recorrer às prestações de serviços. Portanto, o
exercício deve tender para a neutralidade, é isso que é dito e é essa a orientação.
Sei que os Srs. Deputados têm uma grande dificuldade, porque quando corremos o risco de ter contas
desequilibradas, os senhores ficam eufóricos e quando temos as contas equilibradas, ficam preocupados. Mas
têm de se organizar sobre aquilo que, afinal, querem. É que, de facto, temos a obrigação de ter equilíbrio
orçamental e, portanto, temos de gerir. E gerir é isto, Sr. Deputado.
Quanto à questão dos cerca de 4000 profissionais e de quantos já estavam no Sistema e quantos é que são
novos, vou responder, Sr. Deputado.
Protestos do PSD.
Este Governo foi o primeiro que fez, verdadeiramente, um grande combate à precariedade, nomeadamente
dos enfermeiros. Há cerca de 1800 enfermeiros que estavam, há muitos anos, com contratos a termo e que
passaram para contrato definitivo porque faziam falta aos serviços.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Novos?!
O Sr. Ministro da Saúde: — Novos são 1800, Sr.ª Deputada.
Protestos da Deputada do PSD Ângela Guerra.