20 DE JANEIRO DE 2017
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma nova pergunta, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Galriça
Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, queria tranquilizá-lo, porque nós não
temos fichas, vamos ao terreno e é com esse conhecimento acumulado que lhe respondemos. Portanto, pode
estar tranquilo que aqui não temos consultores para fichas.
Aplausos do CDS-PP.
Queria reiterar, de alguma forma, o que já lhe disse, porque, efetivamente, creio que é importante reiterar
alguns aspetos sobre a gestão em saúde.
A gestão responsável preocupa-se, obviamente, com as pessoas e com os profissionais, e preocupa-se
também com a dívida.
Não é um estilo de governação socialista, que deixa dívida para outros pagarem. A dívida compromete a
prestação, Sr. Deputado, e o senhor sabe isso. O senhor sabe que a dívida compromete a prestação, que a
dívida captura o SNS.
O que queria pedir ao Sr. Ministro — se me pudesse ouvir — era que me respondesse à questão que lhe
coloquei, porque não negou o que lhe disse sobre o aumento da dívida de 27 milhões por mês no SNS. Isto é
factual. O Sr. Ministro falou de execução orçamental mas não respondeu.
Já agora queria perguntar-lhe também o seguinte: com essa boa e proclamada execução orçamental, onde
é que cortou com a dívida que conhecemos? Foi nos investimentos nos hospitais? Foi no aumento das
cativações? Sr. Ministro, houve cortes, não pode fazer milagres em termos de execução orçamental. Responda
à minha pergunta sobre a dívida, por favor.
Nessa medida, relativamente à questão das PPP — e sendo para nós claro que o primeiro valor nesta
discussão é o do garante do interesse público e o da boa prestação de cuidados de saúde aos portugueses,
sem nenhum tipo de preconceito ideológico que ignore aquilo que consta da nossa Constituição sobre esta
matéria — gostaria de reiterar, porque a verdade tem de ser clara e global, e não parcial, que a evidência que
temos, com estudos como o da Universidade Católica, da ACSS, da UTAP, é a de que, efetivamente, as PPP,
sendo até mais escrutinadas do que os hospitais de gestão pública — é bom que se diga —, com mais
indicadores a que não é sujeita a avaliação da gestão pública, poupam dinheiro aos contribuintes.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Também poupam nos cuidados que prestam!
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Para além de pouparem dinheiro aos contribuintes, os indicadores
mostram que eles são mais bem atendidos.
Sr. Ministro, volto a perguntar-lhe se, efetivamente, a gestão deve ou não ser revista e, inclusivamente, se
não se deve maximizar a contratação que é feita com estes hospitais que estão em condições de contribuir para
a diminuição das listas de espera nos exames complementares de diagnóstico e, insisto, são hospitais do
Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro da Saúde.
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Garriça Neto, estou certo de que sabe a
simpatia que tenho por si e, portanto, que tomou o comentário sobre as fichas como uma prerrogativa da retórica
parlamentar e acho que é uma boa imagem porque tocou no ponto certo da sua reação.
Relativamente à questão da dívida, Sr.ª Deputada, vou responder com toda a clareza.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O PSD tem uma dívida mas é com a saúde dos portugueses!