20 DE JANEIRO DE 2017
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alertando para o facto de, em nome da reposição de direitos individuais, de que não discutimos a legitimidade,
mas que, insistimos, têm de ser harmonizados com o bem comum, ter acontecido prejuízo no investimento, nas
aquisições e na disponibilidade de materiais.
Portanto, a prestação clínica está comprometida, isso o senhor não pode negar, e tem alguns minutos mais
para esclarecer os portugueses sobre aquilo que eles encontram no dia a dia e que não corresponde ao cenário
que o senhor aqui traçou.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Ministro, tem a palavra para responder.
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, sinceramente, devo dizer-
lhe que não paro de me surpreender com as suas intervenções. Vou explicar porquê.
Sobre o exercício de contradição permanente que o CDS tem na relação com as 35 horas semanais: primeiro,
ia dar cabo do sistema de saúde e do SNS; segundo, é um problema, porque os enfermeiros estão exaustos e
em burnout; depois, ia prejudicar as contas; afinal, já é a reposição de um direito constitucional que tinha sido
subtraído por via da intervenção externa.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É a coerência do CDS!
Protestos do CDS-PP.
O Sr. Ministro da Saúde: — Finalmente, Sr.ª Deputada, sobre as 35 horas…
Protestos da Deputada do CDS-PP Isabel Galriça Neto.
Vou repetir, Sr.ª Deputada, são 19 milhões de euros! A entrada de mais 4000 novos profissionais está a
permitir aos hospitais que, a pouco e pouco, façam a regularização da chamada «bolsa de horas» existente, e
que referiu, num quadro de trabalho e de respeito pelo trabalho dos profissionais de saúde, como nunca existiu.
Depois, a Sr.ª Deputada vem falar de falta de material e de consumíveis.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sim!
O Sr. Ministro da Saúde: — Sr.ª Deputada, agradecia que fizesse chegar ao meu gabinete uma listagem,
porque não foi nenhum membro deste Governo que andou a pavonear-se pelos serviços de urgência, vendo
doentes em macas, dizendo que o que via era pessoas muito bem instaladas no Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
Protestos do CDS-PP.
Não foi um membro deste Governo!
A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Bem lembrado!
O Sr. Ministro da Saúde: — Aliás, os membros deste Governo preocupam-se em garantir que os doentes
estão deitados em camas e que os seus direitos são respeitados.
Portanto, Sr.ª Deputada, acho que vale tudo no debate e na retórica parlamentares, mas não vale a pena
fazer generalizações e abstrações sobre uma realidade que não existe.
Nunca dissemos que o SNS estava bem. Está muito mal, mas está bem melhor do que os senhores o
deixaram em 2015!