2 DE FEVEREIRO DE 2017
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Sr.ª Deputada, os senhores estão todos na fotografia. Estão todos na fotografia das escolas que encerram
porque não têm condições físicas para pais, para alunos, para a comunidade educativa em geral; estão na
fotografia da falta de assistentes operacionais. Por isso, Sr.ª Deputada, fazer estes dois discursos com uma tal
ambiguidade e, sobretudo, com um ar tão cândido de quem está na oposição não engana ninguém, nem sequer
lá fora.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Isso mesmo!
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Porquê? Porque a Escola Secundária de Serpa fechou e nem sequer um
presidente de câmara do seu partido, que fez pedidos ao Ministro da Educação, foi recebido ou teve uma
mensagem, nada, e os senhores também não foram capazes de dar resposta quando vos foi pedido. Nem em
relação a Castro Verde, nem em relação a Odemira, nem em relação a Agualva-Cacém, nem em relação a
Santo André, nem em relação a Alexandre Herculano, no Porto… E poderíamos continuar por aqui fora. Ou seja,
têm responsabilidades!
Protestos do PCP.
O PSD denunciou, já mais de uma vez, a escandalosa falta de investimento na questão da requalificação do
parque escolar, sobretudo no vosso tempo, no tempo do vosso Governo, porque nem no nosso tempo, ou seja,
entre 2011 e 2014, houve um desinvestimento tão grande.
Protestos do PCP.
Sr.ª Deputada, isto é precariedade, é a precariedade que a senhora não quer.
Para que não se esqueçam, digo, ainda, que o PSD vinculou 4000 professores — repito, 4000 — e os
senhores vincularam 100 professores — repito, 100. Isto é precariedade, Sr.ª Deputada!
Termino dizendo o seguinte: servir os seus camaradas é uma coisa, servir Portugal é outra completamente
diferente.
Aplausos do PSD.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Tenha vergonha! O seu discurso é reles!
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Porfírio
Silva.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Ana Mesquita, começo por saudá-la, bem como
ao Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, por trazerem uma matéria que a todos interessa, que é
o combate à precariedade e a luta pela dignificação do trabalho e dos direitos dos trabalhadores.
A Sr.ª Deputada colocou em cima da mesa várias questões. Eu não vou poder considerar todas elas, mas
há duas matérias sobre as quais queria questioná-la.
Em primeiro lugar, sobre o emprego científico. Para o Partido Socialista é absolutamente essencial que
trabalhemos por um emprego científico digno e sustentável.
Sr.ª Deputada, o Governo assinou com todas as universidades públicas e com todos os politécnicos públicos
um contrato de legislatura que compromete essas instituições, pela sua própria assinatura, a abrirem nas
universidades 2000 novos lugares de docentes e investigadores e nos politécnicos 1000 novos lugares de
docentes e investigadores até ao fim da Legislatura.
Parece ao Partido Socialista que esta matéria é muito mais abrangente e muito mais larga do que apenas a
questão dos bolseiros. Sr.ª Deputada, o Partido Comunista Português valoriza ou não esta iniciativa de colocar
nas instituições o motor da redignificação do emprego científico e do emprego docente?
Mas, mesmo falando dos docentes, este Governo está a fazer algo essencial, que é acabar com os falsos
bolseiros. Nós não queremos falsos bolseiros sem direitos sociais e sem direitos laborais e todos aqueles lugares