9 DE FEVEREIRO DE 2017
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escrito que já diz que, nesta Legislatura, a PPP é a única solução. Aqui já não estamos a ver o que é que é
melhor para os contribuintes. É uma opção ideológica de favorecimento dos privados na saúde, e isto o Bloco
de Esquerda não pode aceitar.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, muito obrigado pelas suas perguntas.
Quanto à primeira questão, sobre a precariedade — para que fique claro —, consideramos que é essencial
para a modernização do Estado a qualificação da Administração Pública e, no quadro da qualificação da
Administração Pública, há um conjunto de matérias que são, para nós, essenciais.
Em primeiro lugar, é essencial termos centros de competências para diminuir o recurso a serviços externos
e quando demos a prioridade para arrancarmos, já em março, com o centro de competências para serviços
jurídicos é porque temos bem em conta o quanto é que tem custado ao Estado a contratação de serviços
jurídicos externos e, sobretudo, o quanto fragiliza o Estado ter de partilhar muitas vezes recursos jurídicos com
outras entidades com quem o Estado, nessa ou noutra ocasião, está em situação de conflito ou de contraposição
de interesses.
Em segundo lugar, quanto à reposição da perspetiva de carreira, não há Administração Pública de qualidade
que não seja motivada e não há motivação da Administração Pública se não houver uma perspetiva de carreira.
Por isso, temos, no próximo ano, de desbloquear as carreiras para que os funcionários públicos possam sentir
motivação e ajudar a qualificar a Administração.
Mas há, ainda, um terceiro elemento: não há qualificação da Administração Pública num ambiente de
precariedade e, por isso, é necessário resolver a precariedade. As situações atípicas são diversas e muitos
casos concretos não são iguais a outros casos concretos. Por isso, para além da moldura geral, temos de ter
uma avaliação caso a caso, e é essa a função da comissão bipartida, ou seja, permitir averiguar cada um dos
casos e tratar de forma igual o que é igual e de forma diferente o que é diferente.
Relativamente às PPP, a nossa posição é a mesma e é a que temos assumido: a nossa opção é aquela que
entendermos, no caso concreto, ser melhor para o contribuinte.
O relatório que foi feito relativamente a Cascais demonstra que a solução da PPP não foi negativa do ponto
de vista clínico, não foi negativa do ponto de vista financeiro…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e aquilo que se entendeu fazer foi lançar o concurso, dizendo o seguinte: a
decisão final tomá-la-emos em função do resultado do concurso, porque o resultado do concurso pode não ter
as mesmas vantagens que esta teve e a prorrogação é só para assegurar que não há nenhuma situação de
descontinuidade, pelo contrário, e que podemos concluir tudo atempadamente, de forma a tomarmos a melhor
decisão.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — É a vez de a Sr.ª Deputada Assunção Cristas, do Grupo Parlamentar do CDS-PP,
colocar questões.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, trouxe-nos aqui uma
atualização do seu Programa Nacional de Reformas e eu gostaria, em particular nesta primeira fase, sobre a
execução do Simplex+ 2016 — porque já se ouve falar de um Simplex 2017 —, de lhe perguntar se tem ideia
de quantas medidas estão ainda por cumprir no âmbito do de 2016.
Aplausos do CDS-PP.