I SÉRIE — NÚMERO 48
20
A dívida bruta, durante os quatro anos em que V. Ex.ª foi membro do Governo, aumentou 32,2 pontos
percentuais. Quando a Sr.ª Deputada chegou ao Governo, a dívida bruta era de 96,9% do Produto e, quando a
Sr.ª Deputada deixou de ser Ministra, a dívida bruta já ia em 129% do Produto.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Já tinha descido!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Ou seja, em quatro anos subiu 32,2 pontos percentuais.
No ano passado, subiu 0,7%, o que é explicável por dois fenómenos únicos. Primeiro, pelo investimento que
foi necessário fazer para solucionar o BANIF, que os senhores tinham deixado por solucionar. Isso, aliás, não
lhe é imputável, porque a senhora até já esclareceu publicamente que não esteve no Conselho de Ministros
onde esse assunto foi discutido,…
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Não foi isso que eu disse!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … mas os seus colegas que estiveram no Conselho de Ministros sabem bem
como esconderam o problema do BANIF para, em 15 dias, termos de o resolver. Ora, isso foi à dívida do ano
passado e foi isso que contribuiu para a dívida.
Aplausos do PS.
A segunda medida foi a necessidade de dotar o Estado de recursos para capitalizar a Caixa Geral de
Depósitos, cujo nível de capitalização foi mantido insuficiente, porque o seu Governo se recusou a capitalizar a
Caixa Geral de Depósitos em devido e bom tempo.
Protestos do Deputado do PSD Pedro Passos Coelho.
Para a sua tranquilidade, gostaria de acrescentar o seguinte: sim, a dívida líquida diminuiu, e diminuiu pela
primeira vez; sim, o défice mais baixo é o défice que menos contribui para o aumento da dívida; e o saldo
primário de 2% é o que mais contribui para a redução da dívida líquida durante o ano de 2017.
Esse é o nosso contributo em matéria de dívida, Sr.ª Deputada.
Aplausos do PS.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Muito boa tarde, Sr.as e Srs. Deputados.
Tem ainda a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, é a terceira vez que lhe
pergunto e é a terceira vez que não me responde.
Aplausos do CDS-PP.
Mas deixe-me dizer-lhe o seguinte, Sr. Primeiro-Ministro: referiu, e bem, que, durante o Governo anterior, a
dívida estava em 129% do PIB (produto interno bruto). Mas já tinha estado mais alta e desceu, porque se iniciou
uma trajetória de redução da dívida. E sabe porque é que ela aumentou nesse tempo? Se calhar, não sabe,
mas é bom lembrar-lhe: porque passou a assumir a dívida escondida das empresas públicas onde o seu
antecessor, José Sócrates, punha tudo aquilo que não conseguia pôr no Orçamento do Estado!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!