I SÉRIE — NÚMERO 58
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O PCP defende que sejam tomadas todas as medidas que vão ao encontro das justas aspirações e
reivindicações desta comunidade escolar que exige uma nova escola, uma solução definitiva e não mais um
remendo, e que, em articulação com a comunidade educativa, sejam encontradas soluções de transição que
assegurem o superior interesse das crianças.
Consideramos que a construção de uma nova escola seria um importante estímulo para a valorização do
processo pedagógico destas crianças e jovens e para toda a comunidade desta zona da cidade de Lisboa.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para apresentar o projeto de resolução de Os Verdes, tem a
palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Desde a sua construção,
que ocorreu há cerca de 30 anos, a Escola Básica 2,3 do Alto do Lumiar, em Lisboa, não sofreu obras de
melhoramento ou de remodelação seja do seu edificado seja do seu equipamento.
Como consequência, a Escola Básica 2,3 do Alto do Lumiar encontra-se hoje muito degradada, o que levanta
problemas de falta de condições de funcionamento e de segurança, facto que tem criado muita apreensão e
preocupação por parte dos encarregados de educação, dos alunos, dos professores, dos funcionários, dos
moradores e também das instituições locais.
Diariamente, a comunidade escolar depara-se com situações perigosas que ficam muito aquém do
funcionamento digno de um estabelecimento de ensino. Esta escola tem janelas partidas e telhados danificados,
chovendo no interior das salas de aula, o pavimento de madeira tem tacos soltos, as salas são muito frias no
inverno e muito quentes no verão, o sistema elétrico encontra-se completamente degradado, havendo,
inclusivamente, fios descarnados e infiltrações no sistema.
Além disso, esta escola também não se encontra dotada de um auditório e de um espaço interior para a
prática de educação física, o que leva a que os alunos apenas possam praticar desporto no exterior,
independentemente das condições meteorológicas.
Acresce a estas situações o facto de não haver acessibilidades para os alunos com deficiência motora nem
condições para a criação e desenvolvimento da sala de unidade de apoio à multideficiência, obrigando os alunos
com deficiência a terem de se deslocar para outras escolas, devido à falta de condições de acessibilidade.
Faltam espaços com condições para as salas de ciências e de música e o refeitório tem equipamentos com
30 anos.
Face a este cenário, estão em causa as condições de aprendizagem e de formação dos alunos, além das
questões de segurança, situações que contrariam os princípios de uma escola pública e de qualidade, tal como
está inscrito na Lei de Bases do Sistema Educativo e na Constituição da República Portuguesa.
É ainda importante referir que esta escola do Alto do Lumiar se insere no Programa Território Educativo de
Intervenção Prioritária desde 2010, procurando prevenir e reduzir o insucesso e abandono escolares,
promovendo o sucesso educativo de todos os alunos e trabalhando na resolução de problemas económicos e
sociais.
Ora, o estado em que se encontra este estabelecimento de ensino contraria a intervenção pedagógica que
se pretende levar a cabo e que pressupõe que, para além de estarem assegurados os meios humanos
necessários, também existam condições materiais, o que, definitivamente, não existe nesta escola.
Aliás, o Grupo Comunitário da Alta de Lisboa, um grupo informal que integra diversas instituições, entre as
quais a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas do Alto do Lumiar, e que
desenvolve trabalho social na zona da Alta de Lisboa, tem vindo a reivindicar as devidas condições de
funcionamento deste estabelecimento de ensino.
Face ao exposto, o Partido Ecologista «Os Verdes» considera que é urgente solucionar os problemas da
Escola EB 2,3 do Alto do Lumiar, por forma a garantir as condições dignificantes neste estabelecimento de
ensino a toda a comunidade escolar, seja através da total reabilitação da escola ou, caso não seja possível,
devido à gravidade do seu estado e ao seu nível de degradação, da construção de uma escola nova.
É este o propósito da iniciativa legislativa que Os Verdes apresentam hoje para discussão e que esperamos
venha a contribuir para resolver este grave problema neste estabelecimento de ensino de Lisboa.