3 DE MARÇO DE 2017
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Designadamente a avaliação da execução das medidas de apoio social, previstas na Lei, reveste-se de potencial
utilidade e pode justificar e sustentar a sua modificação. Será pois de considerar o projeto de lei n.º 423/XIII (2.ª),
do PCP.
Finalmente, é oportuno referir que a oposição ou as reservas levantadas pelo CDS às iniciativas aqui em
apreço não traduzem nem revelam, de forma alguma, falta de disponibilidade para estudar e regular os direitos
parentais, adequando-os aos tempos atuais. Basta atentar nas 25 iniciativas que compunham o pacote
legislativo dedicado à demografia, natalidade e família que o CDS bem recentemente trouxe ao Plenário. A
verdade é que, infelizmente, nenhuma delas recebeu o apoio merecido das esquerdas. Foi tudo chumbado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Elza Pais, do Grupo Parlamentar
do PS.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Nos últimos anos, e com Governos
socialistas, foram dados passos significativos em matéria de igualdade de género e no combate a discriminações
em função da orientação sexual.
Atribuiu-se idêntica dignidade legal à homoparentalidade e à heteroparentalidade, através da aprovação de
leis históricas, nomeadamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção por casais do mesmo
sexo.
De referir, ainda, os avanços alcançados em matéria laboral, nomeadamente em licença de parentalidade, e
os estímulos aos pais-homens para os gozarem e partilharem.
Tudo isto, sempre, sempre na defesa do igual tratamento e de iguais direitos para pais homens e mães, ao
nível das responsabilidades na educação dos seus filhos, da conciliação entre a vida familiar e a vida profissional
e das responsabilidades na homo e na heteroparentalidade.
Ora, há diplomas legislativos que, por terem sido aprovados antes deste novo regime jurídico, como é o caso,
ainda não contemplam esses princípios, razão pela qual têm, e bem, de ser revistos e corrigidos. Por isso, o
Grupo Parlamentar do Partido Socialista saúda os proponentes.
Dito isto, o projeto do Bloco de Esquerda é inequívoco relativamente a esta harmonização, pelo que não nos
levanta qualquer tipo de reservas.
Quanto aos projetos de lei do PCP e do PAN, embora orientados, e bem, pelos mesmos princípios, de
valorização do papel dos pais-homens e das mães nos processos educativos, o que saudamos, ainda assim,
levantam-nos algumas reservas que gostaríamos de ver discutidas e aprofundadas na especialidade. Isto,
sempre em defesa da igualdade de tratamento de pais e mães que estudam, em qualquer nível de ensino, desde
o básico ao superior, quando têm de apoiar e cuidar dos seus filhos e das suas filhas, para que, deste modo, e
com regimes iguais, se possa combater, como se prevê nestas iniciativas, e com estas alterações relativamente
ao diploma de 2001, o abandono escolar, promovendo a formação dos jovens num regime especial e de
tratamento igual para pais e mães, ao nível das faltas, dos exames, dos processos de inscrição e transferência
de estabelecimento de ensino, colocando homens e mulheres em situação de igualdade perante este tipo de
direitos e na assunção das responsabilidades parentais para com os seus filhos e para com as suas filhas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Nilza de Sena.
A Sr.ª Nilza de Sena (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, os projetos que estão neste momento
em discussão tocam dois temas que são muito importantes para o PSD: o apoio às famílias e o combate ao
abandono e insucesso escolares.
O PSD teve, nos últimos anos, várias iniciativas na área da família, com vários apoios, com pacotes na área
da natalidade, que equacionavam diferentes apoios e colocavam na agenda incentivos para os casais que
queriam ter filhos.