I SÉRIE — NÚMERO 62
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estão quase sempre na primeira linha do contacto com as vítimas, confrontados com situações de grande tensão
e violência.
Será, certamente, justo reconhecer o empenho e envolvimento destes profissionais no combate à violência
doméstica e proteção das vítimas, no reforço da sua formação específica e na garantia de condições de
atendimento adequadas e dignas.
Será, igualmente, rigoroso reconhecer que as instalações recentes preveem já a existência de espaços
adequados ao atendimento de todas as vítimas de violência e que têm sido dados passos importantes, que
podem e devem ser alargados, na formação destes profissionais.
Certo é que existem ainda instalações quer da PSP e da GNR que não oferecem condições materiais
adequadas nem para os próprios profissionais nem para as vítimas. Por isso, este debate que aqui fazemos é
importante e o PCP empenha-se na sua resolução.
Ainda assim, gostaríamos de dizer que relativamente à iniciativa do PAN temos dúvidas e entendemos que,
em sede de especialidade, deve ser acautelado o risco da duplicação de meios. É que no artigo 27.º é dito que
cada força e serviço de segurança deve constituir a sua rede de gabinetes de atendimento especificamente
adaptados para este efeito.
Ora, acontece que com esta formulação «cada força e serviço de segurança» estamos a falar do SEF, da
Polícia Marítima, dos guardas prisionais e, portanto, temos dúvidas relativamente ao âmbito genérico que fica
consequente desta redação, e, por isso, entendemos que se deve acautelar em sede de especialidade esta
matéria…
O Sr. Presidente: — Ultrapassou o seu tempo, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Termino já, Sr. Presidente.
De facto, existe já hoje, quer ao nível da PSP quer ao nível da GNR, a primeira linha de contacto com as
vítimas, e isso acarretaria um risco de duplicação de meios.
Para terminar, queria apenas dizer que o PCP estará sempre do lado dos que defendem, de forma
intransigente, a erradicação de todas as formas de violência sobre as mulheres, em todos os momentos e em
todas as suas dimensões.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Elza Pais.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, neste final de debate, gostaria de dizer
apenas que todos estes projetos de resolução traduzem aquilo que já está a ser executado pelo Governo:
territorialização das ações, descentralização, reforço dos serviços de apoio à vítima e reforço da formação.
Portanto, os vossos projetos de resolução vêm dizer que o Governo está no bom caminho, mas o Governo,
além de tudo aquilo que hoje foi apresentado, está a ir mais longe, porque está a definir uma estratégia integrada
de prevenção para combater a reprodução social da violência junto dos mais jovens.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — E é assim que se evita que, no futuro, as novas gerações abandonem estes
comportamentos de desigualdade de género, que muito nos envergonham nestas estatísticas que todos os anos
são apresentadas ao País.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Vânia Dias da Silva, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.