24 DE MARÇO DE 2017
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Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Patrícia Fonseca (CDS-PP): — … no sentido de aliviar os encargos com tesouraria destas empresas,
que são, essencialmente, empresas familiares e de muito pequena dimensão.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Carla Barros para apresentar o
projeto de resolução do Grupo Parlamentar do PSD.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Pelos produtores de leite do nosso
País, apresentamos uma recomendação ao Governo, no sentido de minorar a crise que afeta este setor.
Propomos, hoje, que o Governo lhes prolongue a dispensa do pagamento de 50% das contribuições para a
segurança social. Aliás, foi o Governo PSD/CDS que implementou esta medida em 2015 e, em 2016, já na
oposição, o PSD também recomendou a esta solução governativa a mesma medida de redução das
contribuições, que já foi aplicada e que o PSD quer que continue a sê-lo.
Sr.as e Srs. Deputados, numa atitude responsável e cautelosa nas contas públicas, que a todos os
portugueses dizem respeito, propomos que, de três em três meses, esta dispensa seja avaliada e se afira se é
ou não pertinente a sua continuidade, consoante a evolução do preço do leite de vaca pago ao produtor.
Dispensar do pagamento de 50% das contribuições à segurança social os produtores de leite, os seus
cônjuges e os trabalhadores da exploração leiteira alivia as tesourarias destas empresas, tradicionalmente
familiares e muito, muito, importantes para o tecido económico da região e para a manutenção dos postos de
trabalho.
Esta é uma medida com impacto no imediato, a curto prazo, mas o PSD, Sr.as e Srs. Deputados, já apresentou
outras medidas inovadoras com impacto a médio e a longo prazos, como foi o caso da obrigatoriedade da
rotulagem do leite. A esquerda rejeitou-a, com o argumento de que o Governo iria criá-la, mas, até hoje, ainda
não temos nada.
Sr.as e Srs. Deputados, para o Grupo Parlamentar do PSD, interessa um governo que aja, que cuide e que
sinta o setor leiteiro e que nunca se esqueça de que uma exploração leiteira que encerra nunca mais reabre.
Sr. Presidente, ao Governo, temos tudo dito; aos produtores de leite, queremos lembrar-lhes a nossa
admiração por manterem o acreditar neste setor tão importante para o País.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos para apresentar o projeto de
resolução do Grupo Parlamentar do PCP.
O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O PCP defende, hoje, como ontem, a produção
nacional e apresenta medidas para fazer face ao grave problema que o setor leiteiro atravessa e que só existe
porque quem governou não teve em conta os alertas que o PCP foi fazendo ao longo de anos.
A valorização da produção nacional faz-se através da valorização e da proteção dos setores produtivos. Um
deles é o setor leiteiro, no qual o País tem capacidade para produzir em quantidade para cobrir as necessidades
do País em leite, mas também tem capacidade para produzir com qualidade. Este é, porventura, o setor que
mais se organizou e modernizou no nosso País, mas isso não foi suficiente para resistir ao rolo compressor que
representam a União Europeia e as suas políticas, desenhadas para defenderem os interesses dos países do
centro e norte da Europa.
A responsabilidade pela situação do setor leiteiro em Portugal é das políticas de integração da União
Europeia e da PAC (Política Agrícola Comum), sendo a medida mais lesiva a do fim das quotas leiteiras. São
também responsáveis os governantes do PSD, do CDS e do PS, fiéis cumpridores e implementadores dessas
políticas, apesar dos alertas do PCP e de outras estruturas para os efeitos das ditas políticas.